O Governo anunciou nesta terça-feira, 5 de Novembro, uma nova descoberta de gás natural na área onshore Pande e Temane (PT5-C), situada ao largo da província de Inhambane, no sul do País. Contudo, a viabilidade comercial da descoberta ainda precisa de ser cuidadosamente analisada, conforme informou a Lusa.
Durante a reunião ordinária do Conselho de Ministros, em Maputo, o porta-voz Filimão Suaze comentou sobre o impacto potencial da descoberta, destacando que, como ocorre noutros países ricos em recursos naturais, a exploração desses recursos frequentemente desperta o interesse de forças externas.
“Relativamente à questão da descoberta de gás em Inhambane versus forças externas, penso que este é o risco que decorre em qualquer país que tem sob o seu subsolo recursos que vão sendo descobertos”, afirmou Suaze. “Eventualmente, já temos a experiência de outros países em que isso desperta a apetência de forças externas, e é preciso lidar com elas. Mas há também o desafio de explorar os recursos que temos para o desenvolvimento dos nossos estados”, acrescentou.
Suaze também explicou que, apesar do risco de interesse externo, o Governo está comprometido em garantir que os recursos sejam explorados de maneira transparente e em benefício do desenvolvimento nacional. “Quando isso acontecer, e como é apanágio do nosso País, todo o processo de transparência nos concursos será seguido até que a exploração efectiva aconteça e nos favoreça. Havendo forças externas, as internas têm que fazer o seu papel para defender o País e os nossos recursos”, declarou.
A descoberta foi confirmada após a realização de perfurações na área PT5-C, onde o primeiro furo revelou a presença de gás natural. “Análises posteriores mostraram tratar-se de uma nova descoberta. Seguir-se-ão avaliações adicionais para determinar a sua dimensão e verificar a possibilidade de ser comercailizada”, disse Suaze.
De acordo com informações do Instituto Nacional de Petróleo (INP), a exploração e pesquisa de hidrocarbonetos na área PT5-C, localizada na bacia de Moçambique, foi concessionada em 2018 à Sasol Petroleum Mozambique Exploration Limitada (70%) e à Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (30%).
Actualmente, Moçambique já possui três grandes projectos de exploração de gás natural aprovados, localizados na bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado, que estão entre os maiores do mundo. Um dos projectos em destaque é o da TotalEnergies, que permanece suspenso devido a questões de segurança na península de Afungi.
A recente descoberta de gás em Inhambane acrescenta um novo capítulo ao crescente portefólio de reservas de gás natural de Moçambique. O Governo promete seguir todas as etapas necessárias para garantir que o País tire proveito deste recurso de forma vantajosa e responsável.