O Zimbabué e a Zâmbia lançaram um estudo de viabilidade para explorar a instalação de sistemas solares flutuantes no lago Kariba, uma das maiores reservas de energia hidroeléctrica da região. A iniciativa, que visa enfrentar o declínio da produção de electricidade na barragem de Kariba, é apoiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e surge como uma resposta às secas recorrentes e aos impactos das alterações climáticas.
Actualmente, a barragem de Kariba, que possui uma capacidade instalada de 1050 Megawatts (MW), enfrenta uma grave crise devido à seca, reduzindo a sua produção para apenas 184 MW. O estudo de viabilidade, realizado pela Autoridade do Rio Zambeze, deverá ser concluído até ao primeiro trimestre de 2025.
Num recente discurso na Assembleia Nacional, o ministro da Energia e do Desenvolvimento Energético do Zimbabué, Edgar Moyo, destacou os benefícios da tecnologia solar flutuante, explicando que esta solução permitirá aumentar a produção de energia solar sem ocupar mais terras, o que é uma vantagem crucial numa região com escassez de espaço disponível para grandes projectos solares. Além disso, os painéis solares flutuantes têm o efeito de resfriar a água do lago, o que aumenta a sua eficiência, especialmente no clima quente da região.
De acordo com Mayo, a instalação de sistemas solares flutuantes no lago Kariba pode ajudar a mitigar a crise energética enfrentada pelo Zimbabué, que também sofre com problemas noutras grandes instalações de geração de energia, como a central térmica de Hwange
“Se o projecto de Kariba for bem-sucedido, ele pode servir de modelo para outros projectos semelhantes em toda a África, oferecendo uma alternativa mais estável e sustentável de produção de energia renovável. Outras iniciativas envolvendo sistemas solares flutuantes também estão previstas para começar no próximo ano, o que pode representar um avanço importante para a segurança energética de ambos os países”, acrescentou o ministro.
Este esforço conjunto entre o Zimbabué e a Zâmbia reforça a importância das energias renováveis e oferece uma possível solução para um dos maiores desafios enfrentados pela região, ou seja, a escassez de energia causada por secas prolongadas e mudanças climáticas.
Fonte: Further Africa