O Maláui enfrenta uma grave crise energética esta semana, após o Governo ter sido forçado a racionar o abastecimento de combustível devido à escassez de divisas. A medida foi anunciada pela Autoridade Reguladora da Energia do Maláui (MERA), que informou que as restrições afectariam estações de serviço específicas, com o objectivo de evitar o açambarcamento e a revenda ilegal de combustível no mercado negro.
O director-executivo da MERA, Henry Kachaje, explicou que o racionamento visava garantir um acesso mais justo ao combustível em todo o país. No entanto, essa escassez tem provocado dificuldades para os cidadãos e para as empresas, que já enfrentam uma situação económica difícil.
A Human Rights Defenders Coalition (HRDC), um grupo local de defesa dos direitos humanos, alertou para as consequências graves dessa falta de combustível. Com o início da estação das chuvas, os agricultores não têm conseguido transportar fertilizantes para as suas lavouras, o que ameaça a produção agrícola e coloca em risco a segurança alimentar do país.
Além disso, a escassez de combustível tem aumentado significativamente os custos de transporte, o que afecta directamente os preços dos bens essenciais e dos alimentos. O impacto é especialmente grave num país onde 70% da população vive em condições de pobreza extrema, tornando o custo de vida ainda mais elevado para muitos cidadãos.
“O racionamento de combustível no Maláui é uma medida temporária, mas as suas repercussões podem ser duradouras, comprometendo a economia e a capacidade do país de enfrentar desafios internos, como a insegurança alimentar. O Governo está sob pressão para encontrar soluções para equilibrar o abastecimento de combustível e, ao mesmo tempo, lidar com as consequências sociais e económicas dessa crise”, concluiu Kachaje.
Fonte: VOA Português