Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 2% esta quarta-feira, 6 de Novembro, pressionados por um dólar em máximos de quatro meses e por stocks de crude superiores ao esperado pelos analistas nos Estados Unidos da América (EUA). Isto ocorre no momento em que Donald Trump já declarou vitória nas eleições presidenciais, com as projeções, até ao momento, a atribuírem 267 votos no Colégio Eleitoral ao republicano – são necessários 270, e Trump lidera em vários estados.
O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os EUA – perde 1,72% para 70,75 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – recua 1,68% para os 74,26 dólares por barril.
Para além da subida do dólar, que pesa sobre os preços das matérias-primas, os mercados esperam que, com Trump no poder, a guerra comercial entre os EUA e a China se intensifique em grande escala, o que poderá pressionar ainda mais a economia da nação asiática, enfraquecendo a procura (já debilitada) por crude.
No entanto, existem outras políticas a terem em conta nesta equação. Uma provável vitória de Trump pode vir a ser acompanhada por sanções mais rigorosas contra o petróleo iraniano, o que poderá deixar o mercado petrolífero em alta a curto prazo, como explica Soni Cumari, da ANZ Research, à Reuters.
A pressionar os preços do petróleo está ainda o aumento dos stocks desta matéria-prima nos EUA. De acordo com dados do American Petroleum Institute, os inventários de crude cresceram 3,13 milhões de barris na semana passada, um crescimento bastante superior ao esperado pelos analistas de 1,1 milhões.