As representações diplomáticas dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Noruega e Suíça apelaram esta terça-feira, 5 de Novembro, a todos os envolvidos na situação em Moçambique para que “demonstrem contenção” e respeitem o Estado de direito e a vida humana, informou a Lusa.
Através de uma declaração conjunta publicada na rede social Facebook, as Embaixadas dos Estados Unidos da América, Noruega e Suíça e os Altos Comissariados do Governo Britânico e do Canadá pronunciaram-se sobre a situação em Moçambique.
“Neste momento crítico, apelamos a todos os envolvidos para que demonstrem contenção, respeitando o Estado de Direito e a vida humana”, lê-se na declaração conjunta, citada pela Lusa.
Os subscritores reiteraram o seu apoio ao povo moçambicano “no exercício dos seus direitos, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, à reunião e associação pacíficas, à liberdade de opinião e expressão e ao direito à informação”.
“Partilhamos a expectativa de que o Conselho Constitucional cumpra as etapas finais do processo eleitoral de forma transparente e em conformidade com o seu mandato”, lê-se no documento dos representantes diplomáticos dos cinco países.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou no dia 24 de Outubro a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975), na eleição para Presidente da República, com 70,67% dos votos.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirmou não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
O candidato presidencial apelou a uma greve geral e manifestações durante uma semana em Moçambique, que começaram no dia 31 de Outubro e cuminarão em marchas no dia 7 de Novembro.
Venâncio Mondlane designou esta como a terceira etapa da contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro, que se segue aos protestos realizados nos dias 21, 24 e 25 de Outubro, que provocaram confrontos com a polícia e resultaram em pelo menos dez mortos, dezenas de feridos e 500 detidos.
Respondendo aos apelos de Mondlane, vários manifestantes têm saído às ruas, em protestos que têm sido reprimidos pelas forças policiais e dos quais resultaram, na segunda-feira (4), pelo menos 25 feridos, segundo informação do Hospital Central de Maputo (HCM), maior unidade do País.