A União Europeia (UE) rejeitou as alegações de que estaria a financiar tropas ruandesas para reprimir manifestações em Maputo. A declaração foi feita na segunda-feira (4) pela porta-voz para os Assuntos Externos e Política de Segurança da UE, Nabila Massrali, após o candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane, ter afirmado que forças ruandesas teriam sido deslocadas da província de Cabo Delgado para a capital moçambicana, com o objectivo de conter protestos contra o Governo.
Num comunicado, Massrali negou qualquer envolvimento da UE em operações de tropas ruandesas em Maputo e sublinhou que as acusações são “graves e infundadas”. Segundo a porta-voz, o apoio europeu às Forças de Defesa do Ruanda (RDF) é limitado à missão de combate à insurgência em Cabo Delgado, no âmbito de um pedido do Governo moçambicano para apoio na estabilização da região.
“O apoio da União Europeia à operação das forças ruandesas em Cabo Delgado inclui apenas equipamento de protecção individual e transporte de pessoal militar, conforme as disposições do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz”, esclareceu Massrali, acrescentando que todas as acções de apoio da UE são realizadas “em total conformidade com o direito internacional, incluindo o direito humanitário e de direitos humanos”.
O comunicado destaca ainda que a UE apoia Moçambique no restabelecimento da paz e segurança em Cabo Delgado, através de uma abordagem integrada que abrange segurança, desenvolvimento e assistência humanitária. A organização enfatiza que não existem provas que confirmem a alegada presença de forças ruandesas em Maputo.
Por fim, a UE alerta contra a “propagação de desinformação” e apela a todas as partes para que actuem com calma, moderação e sentido de responsabilidade no actual contexto político.