O ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, reconheceu esta terça-feira, 5 de Novembro, sinais de “intenção firme e credível de alterar” a ordem constitucional, avisando que, se o escalar da violência continuar, as Forças Armadas e de Defesa de Moçambique serão chamadas para “proteger” o Estado, informou a Lusa.
“Se o escalar da violência continuar, não se coloca outra alternativa senão mudarmos as posições das forças no terreno e colocarmos as Forças Armadas a proteger aquilo que são os fins do Estado”, disse o ministro, numa conferência de imprensa em Maputo, assumindo que, neste momento, os militares estão no terreno apenas no apoio às restantes forças de segurança e à população.
“Nós dissemos que é credível que existam actos preparatórios para a alteração do poder democraticamente instituído”, apontou o dirigente, na mesma intervenção, junto com outros membros do Conselho de Ministros, referindo-se aos pronunciamentos do candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Antes da intervenção, foi apresentado um vídeo com elementos que demonstram a violência de algumas manifestações que se realizaram no país nos últimos dias.
Venâncio Mondlane apelou a uma greve geral e a manifestações de uma semana em Moçambique, que começaram no dia 31 de Outubro e culminarão com marchas na cidade de Maputo no dia 7 de Novembro.
O candidato presidencial convocou aquilo a que chamou de terceira fase da contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro, depois dos protestos realizados nos dias 21, 24 e 25 do mesmo mês, que provocaram confrontos com a polícia e resultaram em pelo menos dez mortos, dezenas de feridos e 500 detidos.