Algumas centenas de profissionais de saúde, liderados por médicos, marcharam nesta terça-feira, 5 de Novembro, em Maputo contra a violência dos últimos dias, avançando que pelo menos 108 pessoas foram baleadas e 16 morreram.
Segundo a agência Lusa, a iniciativa previa apenas uma concentração em frente à sede da associação médica, mas a pressão dos médicos resultou numa marcha que seguiu pela avenida Eduardo Mondlane, após passar pelo banco de socorros do Hospital Central de Maputo.
“A marcha é pacífica e apartidária”, afirmam os médicos, que também pedem para que “não matem o nosso povo”.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) atribuiu a 24 de Outubro a vitória nas presidenciais de 9 do mesmo mês à Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975), com 70,67% dos votos.
Segundo o organismo, Venâncio Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Nas eleições gerais, a Frelimo reforçou ainda a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados (em 250), e elegeu todos os dez governadores provinciais do País.
Em termos cronológicos, na sequência do anúncio dos resultados pela CNE, o Conselho Constitucional deu, no dia 30 de Outubro, oito dias àquela comissão para lhe enviar as actas e editais da votação em Maputo e em seis províncias, para validação dos resultados eleitorais, alvos de contestação pela oposição.
Venâncio Mondlane convocou paralisações e protestos para um período de uma semana, que culminarão com uma manifestação nacional no dia 7 de Novembro em Maputo.