A empresa árabe de logística Agility vai duplicar a área do seu armazém em Maputo para atender à crescente procura, impulsionada pelo aumento da actividade económica em Moçambique e pela expansão da sua base de clientes. A decisão foi anunciada pelo presidente-executivo da Agility, Geoffrey White, durante a sua participação na conferência FT Africa Summit 2024, realizada em Londres.
Desde que iniciou as operações em Maputo em 2021, a Agility ocupou 32 mil metros quadrados de armazém, que atingirão uma taxa de ocupação de 100% até ao final de 2024. Perante esta procura, a empresa decidiu avançar com a expansão, duplicando a área disponível para armazenagem e serviços logísticos. “Acabámos de decidir que vamos duplicar as instalações para responder à procura. Esperamos que a economia de Moçambique continue a crescer”, afirmou White.
A empresa atribui o aumento da procura à expectativa de que o projecto de gás natural liquefeito no Norte do País arranque em 2025, o que motivou contratos com novos clientes. Adicionalmente, o Porto de Maputo tem atraído mais empresas sul-africanas que anteriormente utilizavam o Porto de Durban, mas que agora preferem a capital moçambicana pela sua eficiência como porta de entrada e saída para a região.
A Agility, que já investiu cerca de 2,9 mil milhões de meticais com fundos próprios, adquiriu 360 mil metros quadrados de terreno em Maputo, com capacidade para desenvolver até 180 mil metros quadrados de armazéns no total. A localização do armazém, junto à nova Estrada Circular de Maputo, facilita o acesso ao Norte do País, que representa 60% do mercado logístico, bem como à África do Sul e ao porto marítimo da capital.
Segundo White, 70% dos clientes da Agility utilizam o espaço para armazenamento e distribuição, enquanto 30% destinam-no à instalação de maquinaria, fabrico, empacotamento e processamento para exportação ou importação. A base de clientes inclui multinacionais e empresas locais que preferem investir no crescimento dos seus negócios em vez de construir infra-estruturas próprias.
Além da expansão em Maputo, a Agility considera a possibilidade de abrir novas instalações satélite noutras cidades moçambicanas, como Nampula, Beira e Pemba, para ampliar a capacidade de distribuição no País. “Se o crescimento justificar, poderemos estabelecer novas unidades nessas regiões”, avançou White.
A Agility, cotada na bolsa de Abu Dhabi, tem uma capitalização de cinco mil milhões de dólares e é uma das principais empresas do sector logístico no Médio Oriente e em África, com presença em Gana, Costa do Marfim, Nigéria, Moçambique e Egipto. Oferece um modelo de negócio simplificado para facilitar a entrada de empresas internacionais no continente africano, com soluções de arrendamento rápido que reduzem os custos de capital e eliminam a necessidade de investimento em infra-estruturas próprias.
White destacou que, além de Moçambique, o mercado da Costa do Marfim tem mostrado um forte desempenho (onde a Agility já realizou quatro expansões), seguido do mercado Gana. Nos planos de crescimento da empresa estão países como Angola, Tanzânia, Etiópia e Marrocos.
“O nosso objectivo é fornecer um ambiente de negócios confiável, seguro e eficiente para empresas que querem expandir-se em África sem lidar com as dificuldades de construção e manutenção de infra-estruturas”, concluiu Geoffrey White.