Manifestantes na cidade fronteiriça moçambicana de Ressano Garcia tomaram, esta segunda-feira, controlo de vários camiões e usaram-nos para bloquear a principal rodovia para a África do Sul, na segunda-feira, de acordo com a Trans African Concessions, empresa responsável pela operação da rota.
Os autocarros públicos também foram impedidos de operar na autoestrada N4, forçando os passageiros a descerem e seguirem a pé, informou a operadora.
Pneus foram incendiados na estrada próximo a uma praça de portagem nos arredores de Maputo, capital de Moçambique, causando alguns danos, acrescentou a empresa, que exortou as pessoas a evitarem atravessar a fronteira até que a calma fosse restaurada.
Moçambique tem sido assolado por tumultos desde as eleições de 9 de Outubro. Os resultados oficiais mostraram o partido no poder a estender o seu domínio de 49 anos e o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, a vencer com 71% dos votos. No entanto, o candidato independente Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar, rejeitou o resultado como fraudulento e convocou protestos para garantir que a vontade do eleitorado seja respeitada.
O Conselho Constitucional instruiu as autoridades eleitorais a fornecerem actas de apuramento de sete das 11 circunscrições eleitorais para verificação.
A autoestrada N4 liga o coração industrial da África do Sul, no centro do País, ao porto de Maputo e é uma importante rota de exportação de cromita e ferro-cromo.