Ao visitar os museus do Zimbabué, é possível explorar a rica herança cultural e histórica de um país que guarda muitos dos mistérios da África Austral.
Esses espaços culturais revelam não só o passado pré-colonial, com relíquias e artefactos do Grande Zimbabué, mas também as influências coloniais e o desenvolvimento contemporâneo daquela nação africana.
Além de preservar os traços da civilização Shona (grupo de povos de línguas bantu), os museus celebram a diversidade étnica e natural da região, apresentando exposições que vão desde arte rupestre milenar até colecções de arte moderna.
Zimbabwe Museum of Human Sciences (Museu de Ciências Humanas)
Anteriormente conhecido como Museu da Rainha Vitória, foi inaugurado em 1903, em honra à rainha da Inglaterra. Nos primeiros 60 anos da sua existência, o museu mudou de localização três vezes. Actualmente, está situado no Centro Cívico da capital do Zimbabué, Harare, desde 1964.
Ao longo dos anos, o foco do museu sofreu uma metamorfose substancial. Antes de o país se tornar politicamente independente da Grã-Bretanha, em 1980, a história natural dominava a investigação do museu, sobretudo nas áreas da paleontologia, mamologia, ornitologia e ictiologia.
A pré-história e a etnologia ficaram em segundo plano. No entanto, foi realizado um extenso trabalho de documentação de arte rupestre, bem como de manutenção dos monumentos nacionais. Embora a história constituísse uma parte importante da rede de museus, a sua investigação e apresentação centravam-se sobretudo na promoção do legado colonial do Zimbabué.
Actualmemte, a arqueologia e a etnografia tornaram-se as principais disciplinas de investigação deste espaço. Até à data, o museu tem-se dedicado aos estudos da Idade da Pedra e da Idade do Ferro, da cultura e da história do povo do Zimbabué, à arte rupestre e à preservação de monumentos históricos.
Natural History Museum of Bulawayo (Museu da História Natural de Bulawayo)
Oficialmente inaugurado em 1964, o Museu da História Natural de Bulawayo está situado na Leopold Takawira Avenue, em Bulawayo, e contém exposições que retratam a história do Zimbabué, a riqueza mineral e a vida selvagem. Tem nove galerias de exposição pública, uma sala de conferências com capacidade para 120 pessoas, uma cafeteria e oito departamentos de investigação com colecções de estudo significativas e investigação em curso nas seguintes disciplinas: aracnologia e invertebrados, entomologia, ornitologia, mamologia, herpetologia, ictiologia, paleontologia, geologia e arqueologia.
Shona Sculpture Gallery (Galeria de Esculturas Shona)
Na Galeria de Esculturas Shona poderá ver obras dos melhores escultores africanos contemporâneos, bem como os nomes mais conhecidos do movimento de Arte Moderna Africana.
Este local tem uma das melhores colecções de esculturas de arte moderna africana em Harare, com obras de escultores modernos e da primeira geração disponíveis. Os preços são mais elevados do que nas bancas à beira da estrada ou nas casas/oficinas dos próprios escultores, mas pode encontrar grandes obras de vários escultores de topo num só local, expostas num jardim e numa galeria interior.
National Gallery of Bulawayo (Galeria Nacional de Bulawayo)
Situada na Douslin House, uma jóia arquitectónica com mais de um século, a galeria dedica-se a destacar obras de arte fundamentais, a promover e a valorizar os talentos existentes, a formar e a desenvolver competências artísticas, a educar, a capacitar, a mediar e, acima de tudo, a celebrar a arte.
Alberga também estúdios onde os artistas podem ser vistos a trabalhar, e um café de estilo familiar, o que contribui para uma atmosfera convidativa.
Além disso, conta com uma biblioteca que tem uma forte ênfase em textos sobre a Arte Moderna Africana, proporcionando um recurso valioso tanto para investigadores como para entusiastas da arte.
National Gallery of Zimbabwe (Galeria Nacional do Zimbabué)
A Galeria Nacional do Zimbabué (NGZ), situada em Harare, dedica-se a preservar a arte contemporânea e o património visual do país. A Galeria Nacional de Arte Moderna Africana original na Rodésia, como era então conhecida, foi criada pelo cidadão britânico Frank McEwen, reconhecido pelo seu papel na divulgação da escultura Shona. A rainha Isabel (a rainha-mãe de Inglaterra) inaugurou oficialmente o espaço a 16 de Julho de 1957 e a rainha Isabel II participou na sexta Exposição do Património do Zimbabué, em Outubro de 1991.
Bulawayo Railway Museum (Museu Ferroviário de Bulawayo)
Fundado em 1972, este museu está localizado na estação ferroviária de Bulawayo e alberga várias exposições de Arte Moderna Africana sobre a história do sistema ferroviário do Zimbabué. As exposições mais antigas do museu datam de 1897 e incluem a carruagem pessoal de Cecil Rhodes (pioneiro na colonização do Zimbabué).
Algumas locomotivas a vapor do Museu de Arte Moderna Africana foram renovadas e voltaram ao serviço, devido a uma grave escassez de material circulante.
Fonte: Africa.com