A taxa de inflação anual da Zâmbia subiu pelo 16.º mês consecutivo, alcançando 15,7% em Outubro de 2024, com um ligeiro aumento em relação aos 15,6% verificados em Setembro. Este é o nível mais alto desde Dezembro de 2021, resultado da fraqueza contínua da moeda associada à seca persistente, noticiou a Bloomberg.
Esta situação levou a um aumento nas importações de alimentos, mantendo os preços destes elevados (18,2% contra 17,9% em Setembro). Enquanto isso, a inflação não alimentar desacelerou (12,2% contra 12,4%). Em termos mensais, os preços ao consumidor aumentaram 0,8% em Outubro, o mesmo ritmo do mês anterior, segundo o Escritório Central de Estatísticas do país.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação continue a acelerar devido à depreciação do kwacha, moeda zambiana, que enfraqueceu quase 4% em relação ao dólar este ano. O aumento das importações de alimentos e electricidade também contribuiu para o crescimento dos preços.
Uma seca induzida pelo fenómeno El Niño afectou a Zâmbia no início deste ano, reduzindo a produção agrícola e limitando a geração de energia hidroeléctrica, a principal fonte de electricidade do país, significando isso que as famílias e as empresas recebem, no máximo, três horas de electricidade por dia.
A seca levou também o FMI a rever em baixa as suas projecções de crescimento para 2024, de 2,3% para 1,2%. Este será o crescimento mais lento da economia em 25 anos, excepto durante a contracção em 2020, no auge da pandemia.
É pouco provável que a aceleração da inflação convença o banco central a aumentar as taxas de juro na reunião marcada para 13 de Novembro, com o objectivo de ajudar a apoiar a economia. A instituição já afirmou anteriormente que a inflação é impulsionada por factores de oferta.