A multinacional De Beers identificou oito novos kimberlitos (rochas associadas à produção de diamantes) em Angola, na Lunda Sul, e juntou-se à Endiama para explorar mais seis áreas no país, disse esta terça-feira, 23 de Outubro, à Lusa o presidente da empresa, Al Cook.
O responsável, que se encontra naquele país para participar na 2.ª Conferência Internacional dos Diamantes de Angola, mostrou-se satisfeito com o regresso da empresa ao país africano (que aconteceu em 2022), elogiando as reformas do Executivo liderado por João Lourenço e a melhoria da transparência que permitiram à multinacional voltar.
Actualmente, a empresa tem duas licenças de exploração mineira em Angola, encontrando-se ainda na fase de prospecção, recorrendo a meios aéreos para fazer levantamentos electromagnéticos antes de iniciar a fase de escavações, disse o presidente da De Beers, no âmbito da conferência que termina nesta quinta-feira (24) em Saurimo, capital da Lunda Sul, região onde se produz a maioria dos diamantes angolanos.
A De Beers tem estado também a trabalhar com o Governo angolano na área de desenvolvimento de políticas, lapidação e marketing, para que se possa não só produzir os diamantes, como também comercializá-los como “uns dos melhores do mundo”.
Questionado sobre a duração desta fase de prospecção, referiu que não tem um período definido, já que a exploração só se inicia se se encontrar um kimberlito (a pedra que contem os diamantes) com viabilidade comercial e económica.
“Aí começaremos os nossos projectos, e, se formos bem-sucedidos, tal levará à primeira produção por volta de 2030”, adiantou, em entrevista à Lusa.
Al Coook escusou-se também a referir os valores de investimento, assegurando que são de grande montante, e deu como exemplo a mina de diamantes que a De Beers está a desenvolver na África do Sul e onde já investiu 2,5 mil milhões de dólares.
Esta actividade com aeronaves de pesquisa, apoiadas por um helicóptero, permitiu ainda identificar oito novos kimberlitos de elevado potencial em que a De Beers está a trabalhar, na província diamantífera da Lunda Sul, bem como outros seis projectos, em conjunto com a diamantífera estatal angolana Endiama, em todo o país.