As autoridades nacionais sublinharam que Moçambique avança para uma fase crucial na sua tentativa de sair da “lista cinzenta” do Grupo Internacional de Acção Financeira (GAFI), entidade que avalia a implementação de medidas de prevenção de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
O País encontra-se nesta lista desde Outubro de 2022 e conta já com uma nova avaliação programada para os próximos meses, sendo que a expectativa é de que as reformas implementadas até ao momento sejam suficientes para assegurar a remoção dessa classificação negativa.
Citado pelo jornal notícias, Luís Cezerilo relatou que uma equipa técnica do GAFI poderá visitar o País ainda este ano, isto após a entrega do quinto relatório de avaliação, marcando o início da fase final dos esforços empreendidos pelo Governo e pelos seus parceiros internacionais, com destaque para a União Europeia e Banco Mundial.
De acordo com o coordenador nacional do Comité Executivo de Políticas de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo, o País observou avanços na implementação das medidas recomendadas, sendo que teve alguns desafios.
“A aprovação de novas leis e decretos pelo Conselho de Ministros reforçou a intenção do País em garantir que o sistema financeiro moçambicano estivesse conforme as normas internacionais. O apoio dos parceiros de cooperação internacional, em especial a União Europeia, o Banco Mundial e o Global Facility, foi vital para o desenvolvimento de capacidades”, sustentou.
O responsável descreveu que a parceria com as Maurícias resultou em esforços conjuntos de coordenação e capacitação técnica que aceleraram o progresso de Moçambique no cumprimento das exigências, frisando que o País se encontra numa posição privilegiada para a saída da “lista cinzenta”.
“O processo de avaliação entra agora numa fase decisiva. Até 24 de Novembro de 2024, Moçambique deverá apresentar o seu último relatório, mostrando que as seis actividades remanescentes foram efectivamente cumpridas. A partir dessa submissão, a equipa do GAFI, composta por 22 especialistas, conduzirá uma avaliação presencial, reunindo-se com autoridades locais para verificar se os relatórios apresentados até agora reflectem a realidade no terreno”, elucidou.
“Caso Moçambique consiga demonstrar que implementou de forma eficaz todas as recomendações, poderá finalmente ser removido da lista cinzenta. Este feito representaria um enorme avanço para o País, tanto em termos de reputação internacional quanto na melhoria do ambiente de negócios, uma vez que a situação afecta negativamente a confiança dos investidores e a capacidade de atrair financiamento”, argumentou.
“O sucesso deste processo poderá abrir novas oportunidades para o País no cenário internacional, fortalecer a sua economia e melhorar a percepção externa sobre o compromisso de Moçambique em combater actividades ilícitas”, concluiu.