Na conferência Angola Oil & Gas 2024 (AOG 2024), um painel ministerial revelou que a procura global de energia deverá duplicar até 2050, impulsionada pelo crescimento da população e pelo aumento da actividade económica nas regiões em desenvolvimento, reportou o portal de notícias Further Africa, esta segunda-feira, 7 de Outubro.
Mohamed Hamel, secretário-geral do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF), sublinhou o papel do gás natural, prevendo um crescimento de 36% da procura até 2050, o que o torna a segunda fonte de energia com maior crescimento, a seguir às energias renováveis.
Tanto a República Democrática do Congo (RDC) como a Namíbia desempenham um papel fundamental no futuro energético de África, especialmente no contexto do aumento da procura de energia e da cooperação regional discutida na conferência AOG 2024.
A RDC, um produtor de petróleo em fase de arranque, está a tentar aproveitar as parcerias com produtores estabelecidos como Angola para acelerar os seus esforços de exploração. O ministro dos Hidrocarbonetos do RDC, Aimé Molendo Sakombi, afirmou a importância de aprender com a experiência de Angola no sector dos hidrocarbonetos.
O recente tratado assinado entre a RDC e Angola para a governação e exploração do Bloco 14 realça a colaboração entre as duas nações, com a Chevron (uma das grandes empresas mundiais do ramo energético) a actuar como líder técnico para orientar o calendário de produção dA RDC.
Esta parceria ajudará o país a melhorar o seu sector petrolífero e a avançar para a autossuficiência energética, contribuindo simultaneamente para a segurança energética regional.
Parceria Angola-Namíbia no Sector Energético
Igualmente, a Namíbia está na fronteira do desenvolvimento do petróleo e do gás, com as recentes descobertas na Bacia de Orange a oferecerem um imenso potencial para o sector energético do país. A Namíbia está a colaborar activamente com Angola para reforçar o desenvolvimento dos seus próprios campos petrolíferos, as suas capacidades logísticas e os seus esforços locais de reforço das capacidades.
Conforme afirmou Kornelia Shilunga, vice-ministra das Minas e Energia da Namíbia, o país está empenhado em aprender com a experiência de Angola para gerir eficazmente os seus próprios recursos petrolíferos.
entretanto, esta associação ajuda a Namíbia a navegar nas complexidades de um novo sector, posicionando ambos países como intervenientes-chave na resposta às crescentes necessidades energéticas de África, promovendo simultaneamente a cooperação regional na indústria do petróleo e do gás.
A África enfrenta um desafio significativo no acesso ao capital para a nova produção, e a Organização Africana de Produtores de Petróleo (APPO) está a abordar esta questão com a criação do Banco Africano de Energia, que deverá apoiar projectos regionais de energia.
Angola, enquanto produtor líder de energia, está posicionada para colaborar com produtores emergentes como a RDC e a Namíbia, partilhando os seus conhecimentos para impulsionar os esforços de exploração e desenvolvimento. Esta cooperação realça a importância de reforçar o comércio e o investimento regionais no sector da energia para satisfazer a procura crescente.