Os preços do petróleo seguem a valorizar mais de 1% esta quarta-feira (2), depois de ontem terem registado a maior oscilação diária desde Abril de 2023. Isto após o Irão, que dá apoio financeiro e militar ao Hezbollah, ter lançado ontem uma ofensiva contra Israel depois de, na véspera, Telavive ter atacado o sul do Líbano.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, soma 1,68%, para os 71 dólares por barril. Já o Brent, de referência para o continente europeu, avança 1,58% para 74,72 dólares.
Os preços desta matéria-prima chegaram a valorizar mais de 5%, com os investidores a incorporarem um factor de risco nos preços do crude, dado que o Médio Oriente contabiliza cerca de um terço do fornecimento global de petróleo.
A possibilidade de uma retaliação por Israel continua a impulsionar o ouro negro, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a afirmar que o Irão “vai pagar” pelo ataque de ontem. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, referiu que a investida de Teerão está terminada, a não ser que Israel decida retaliar.
Embora vários participantes do mercado tenham afastado o risco de interrupções no fornecimento de petróleo, as infra-estruturas energéticas podem tornar-se um alvo para qualquer um dos lados, explicam os analistas da RBC Capital Markets numa nota consultada pela Bloomberg.
As instalações de exportação iranianas na ilha de Kharg podem ser um alvo, e Teerão e as suas milícias podem atacar infra-estruturas energéticas “para internacionalizar os custos, se a actual crise se transformar numa guerra total”, acrescentaram.
Esta forte valorização do petróleo pode dar ainda mais força ao plano de entrada de mais matéria-prima no mercado a partir de Dezembro. No início desta semana, tudo apontava para que fosse essa a recomendação do Comité Ministerial Conjunto de Monitorização (JMMC) da OPEP+, que irá reunir-se nesta quarta-feira. E agora, com os preços em alta, nada parece indicar o contrário.