O crescimento económico da África do Sul deverá acelerar no próximo ano, à medida que o país recupera dos cortes de energia que afectam a produção e que o novo Governo de coligação se concentra no investimento em infra-estruturas, afirmou o vice-presidente sul-africano, Paul Mashatile.
“Pensamos que no próximo ano poderemos estar a crescer cerca de 1,5%”, adiantou o governante numa entrevista à Bloomberg Television, em Londres, na segunda-feira, 30 de Setembro. O crescimento económico do país é inferior a 1% ao longo da última década.
“Estamos a transferir mais recursos para a actividade económica”, declarou Paul Mashatile, que está a liderar um roadshow para investidores no Reino Unido esta semana. “Queremos fazer crescer a economia, sobretudo através de investimentos em infra-estruturas, construir novas estradas, barragens, novas linhas de caminho-de-ferro”, acrescentou.
O chamado Governo de unidade nacional, composto por dez partidos, assumiu o poder em Junho, um mês depois de o Congresso Nacional Africano ter perdido a sua maioria parlamentar pela primeira vez desde o fim do apartheid em 1994. A nova administração do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, identificou o crescimento económico e a criação de emprego como as suas principais prioridades, e já fez alguns progressos no combate à escassez de energia e aos atrasos na obtenção de vistos.
Os progressos alcançados permitiram uma recuperação do rand, que atingiu um máximo de 19% em relação ao dólar, enquanto o índice FTSE/JSE All-Share (o principal índice bolsista composto por companhias que representam cerca de 99% das empresas) atingiu um máximo histórico. Registou-se também uma vaga de novos investimentos, com a Anglo American (o conglomerado mineiro britânico) a anunciar planos para gastar 625 milhões de dólares em projectos de minério de ferro, e a Qatar Airways a adquirir uma participação na companhia aérea sul-africana SA Airlink.
Fonte: Engineering News