O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, apelou esta segunda-feira, 30 de Setembro, à adopção de reformas nas Nações Unidas, sobretudo no Conselho de Segurança para a correcção de injustiças históricas para com os países africanos.
Discursando na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o responsável disse haver injustiça em relação a África, defendendo uma maior inclusão dos países africanos no Conselho de Segurança.
“Alinhamos as vozes que defendem a urgência da reforma das Nações Unidas, sobretudo ao nível do Conselho de Segurança, para uma maior inclusão, particularmente dando voz permanente ao continente africano, corrigindo, desta forma, a injustiça histórica a que foi sujeito. Encorajamos a contínua colaboração entre as Nações Unidas e a União Africana para a superação dos conflitos no quadro da manutenção da paz e segurança internacionais”, advertiu o governante, citado pelo jornal O País.
Quando faltam apenas seis anos para o término do prazo estabelecido para concretização dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, o vice-ministro defendeu a necessidade de financiamento da agenda.
Para Manuel Gonçalves, “torna-se urgente a mobilização dos recursos necessários para o seu financiamento, bem como para os outros objectivos de desenvolvimento acordados internacionalmente. De modo que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, os Estados-membros devem acelerar a materialização dos compromissos assumidos, incluindo o reforço da cooperação mutuamente vantajosa para responder aos desafios prevalecentes, entre os quais o combate à pobreza, conflitos, terrorismo e mudanças climáticas”.
Sobre o terrorismo em Cabo Delgado, o governante agradeceu o apoio no combate ao mal. “Queremos reiterar o nosso apreço e gratidão a todos os parceiros bilaterais e multilaterais que não têm medido esforços no apoio que nos têm prestado no combate contra o terrorismo e para o restabelecimento da paz e tranquilidade das populações vítimas. Agradecemos também o esforço para a reconstrução de infra-estruturas económicas e sociais nas zonas afectadas pelas acções terroristas”, avançou.
Aliado a isto, o responsável disse às Nações Unidas que o País tem enfrentado múltiplos e complexos desafios, que incluem a exposição aos riscos associados às mudanças climáticas, tais como ciclones cíclicos, secas, cheias e inundações.
No último dia de debates na 79.ª Sessão da Organização das Nações Unidas, o País voltou a apelar à remoção das sanções unilaterais contra o Zimbabué e Cuba, ressaltando que tais medidas prejudicam o desenvolvimento e o bem-estar das populações afectadas, ao mesmo tempo que lamentou a continuidade das guerras na Ucrânia, Médio Oriente e parte de África.