O Governo angolano prevê arrecadar até 9,6 milhões de dólares (618,8 milhões de meticais) com a venda de 30% da sua participação na seguradora ENSA, no âmbito de uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês). A operação faz parte do programa de privatizações do Estado e será realizada na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), tal como informou o Jornal de Angola.
De acordo com o presidente do conselho executivo da ENSA, Mário Mota Lemos, no total, estão disponíveis 720 mil acções da seguradora, com preços entre 7,77 dólares (501,5 meticais) e 14,95 dólares (965,1 meticais) por acção.
Dessas acções, 672 mil (28% do capital social da ENSA) estão destinadas ao público em geral, enquanto 48 mil acções (2% do capital) são reservadas aos trabalhadores da Empresa de Seguros de Angola (ENSA), que poderão adquiri-las sob condições especiais.
O período de candidaturas para a compra das acções começou a 24 de Setembro e prolonga-se até 25 de Outubro de 2024. O preço final das acções será fixado com base na procura dos investidores: se a procura igualar ou superar a oferta, o preço final será ajustado dentro do intervalo estabelecido; se a procura for inferior, o preço será o mais baixo registado no intervalo.
A fixação do preço final da oferta está prevista para 28 de Outubro de 2024, altura em que será anunciada a conclusão da operação. Esta privatização parcial da ENSA faz parte de uma estratégia mais ampla do Estado angolano, que visa reduzir a participação pública em várias empresas estratégicas, promovendo o crescimento do mercado de capitais e atraindo investimentos nacionais e internacionais.
Ao longo dos últimos anos, o Governo angolano tem procurado fomentar o desenvolvimento da Bodiva, posicionando-a como um pilar fundamental para a diversificação económica do País. A privatização da ENSA é considerada um marco importante nesse processo, sendo uma das maiores operações na bolsa angolana até à data.