Angola é o quarto país africano com as maiores reservas provadas de petróleo, ocupando o 19.º lugar mundial. O ranking é liderado pela Líbia, com 50 mil milhões de barris, seguida da Nigéria e da Argélia. Na produção, a saída de Angola da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) terá valido a pena, dado que o país já está a produzir acima dos 1,1 milhões de barris diários e a lutar pela vice-liderança africana.
A indústria petrolífera é o motor do crescimento económico em muitos países africanos, contribuindo substancialmente para o Produto Interno Bruto (PIB), para as receitas do Estado e geração de divisas. As reservas provadas de petróleo do continente totalizam 125,3 mil milhões de barris e representam 7,5% do total mundial. A Líbia lidera o ranking africano, com 50 mil milhões de barris diários, seguida da Nigéria, Argélia, Angola, Sudão e Sudão do Sul.
No que respeita à produção de petróleo, a Nigéria está na ‘pole position’ com um total de 1,35 milhões de barris diários no final do primeiro semestre, enquanto Líbia e Angola lutam pela vice-liderança com a produção acima dos 1,1 milhões, seguidas do Congo (254 milhões), Gabão (211) e Guiné-Equatorial (57).
Conheça em detalhe os cinco principais players
Líbia: Lidera as reservas de petróleo em África, com cerca de 50 mil milhões de barris, o que equivale ao 9.º lugar a nível mundial. Segundo o Outlook do Banco Africano para o Desenvolvimento, o sector do petróleo e gás representa 97% das exportações, mais de 90% das receitas fiscais e 68% do PIB. Na produção, de acordo com os dados da OPEP, a Líbia chegou a suplantar a Nigéria, em Março deste ano, com 1,2 milhões de barris por dia. Porém, no final do semestre, a produção caiu para 1,1 milhões e a Nigéria regressou à liderança. O país mantém o objectivo de chegar aos 2 milhões de barris diários até 2030.
Nigéria: A nação mais populosa de África, detém cerca de 37 mil milhões de barris de reservas petrolíferas provadas, o que a coloca em 11.º lugar a nível mundial. Porém, no que se refere à produção, a Nigéria está na ‘pole position’ africana, com uma produção de 1,3 milhões de barris no final do semestre, segundo o último Oil Market Report, da OPEP. O sector representa 5,7% do PIB e 92% das exportações e a maioria das reservas estão localizadas no Delta do Níger.
Argélia: Possui as terceiras maiores reservas de petróleo de África, com 12,2 mil milhões de barris, equivalentes à 16.ª posição mundial. E é o quarto maior produtor do continente, com um total de 973 mil barris diários no final de 2023, que baixou para 920 mil no final do primeiro semestre deste ano, segundo o relatório da Agência Internacional de Energia. O petróleo contribui para aproximadamente 25% do PIB do país e a maioria dos campos petrolíferos situa-se em pleno deserto do Saara.
Angola: Ocupa o quarto lugar em África, com 7,7 mil milhões de barris de reservas de petróleo (a maioria localizada no mar) e a 19.ª posição mundial. Segundo o último relatório do Banco Africano para o Desenvolvimento, o sector vale 29% do PIB e 95% das exportações. Tal dependência explica porque, em Dezembro de 2023, Angola abandonou a OPEP, de modo que se evitassem novos cortes de produção. Esta decisão surpreendente terá valido a pena dado que a produção no primeiro trimestre se manteve nos 1,1 milhões de barris diários (o valor de 2023) e, segundo a Bloomberg, as encomendas podem aumentar para 1,2 milhões de barris. Este é o valor mais elevado dos últimos quatro anos (abaixo do pico de 2 milhões em 2008) e que representará uma ascensão à vice-liderança da produção no continente.
Sudão: Está em quinto lugar do ranking africano e em 23.º a nível mundial, com 5 mil milhões de barris de reservas de petróleo. Devido aos conflitos e à instabilidade política que persistem, a produção total tem baixado drasticamente dos 62 milhões em 2022, para 54 milhões no ano passado e apenas 24 milhões no final do primeiro semestre, segundo a OPEP.
Texto: Jaime Fidalgo