A mineradora britânica Altona Rare Earths, cotada na bolsa de Londres, anunciou que obteve resultados promissores dos testes de flotação (processo de separação de minerais, em que as partículas desejadas se prendem a bolhas de ar e flutuam, enquanto as indesejadas afundam), realizados no seu projecto de terras raras e espatoflúor (também conhecido como fluorita, um mineral composto de fluoreto de cálcio ‘CaF₂’).
A empresa, que se dedica ao desenvolvimento dos projectos de exploração no Monte Muambe, distrito de Moatize, província de Tete, fez saber que o teste de flotação demonstrou a existência de uma elevada recuperação de terras raras, atingindo 69,3%, e uma boa selectividade (capacidade de separar eficientemente os minerais desejados dos não desejados) desses minerais em comparação com o espatoflúor.
“Iniciámos também a revisão do potencial do Monte Muambe para produzir espatoflúor, considerando a possibilidade de uma produção a curto prazo e de grau metalúrgico extraído de veios hidrotermais (deposição de minerais através de fluidos quentes) de alto grau e baixa tonelagem. As amostras de perfuração revelaram intercepções de até 10 metros com 54,77% de CaF₂ e intercepções de escavação de até 16 metros com 71% de CaF₂”, explicou a empresa.
Segundo uma publicação do Engineering News, além dos avanços registados em Moçambique, a Altona relatou progressos no projecto de cobre em Kabompo South, na Zâmbia, onde foi confirmada a presença de mineralização de cobre hospedada em sedimentos (rochas ou partículas soltas) a quatro quilómetros a leste da licença da empresa.
Comentando os resultados, o CEO da empresa, Cedric Simonet, afirmou que a optimização dos parâmetros de flotação, prevista para as próximas semanas, poderá reduzir consideravelmente as despesas de capital e operacionais no processo de hidrometalurgia a jusante (etapa em que o metal é extraído do seu minério).
O responsável sublinhou que desde 2021, o foco da Altona no Monte Muambe tem sido os depósitos de terras raras, mas que o potencial de espatoflúor nunca foi desconsiderado. “Com os preços das terras raras actualmente em baixa, a reavaliação do espatoflúor surge como uma decisão estratégica”, justificou.
“O espatoflúor, mineral crítico para indústrias como a produção de baterias de lítio e painéis fotovoltaicos, tem visto um aumento constante de preços desde 2021, alcançando agora 480 dólares por tonelada. Por este motivo, a Altona está a realizar uma análise mais aprofundada sobre o potencial de produção no Monte Muambe”, argumentou.
“A possível produção a curto prazo de espatoflúor é uma possibilidade e um desafio muito estimulante que se enquadra perfeitamente na estratégia da empresa de diversificar a sua carteira de mercadorias”, concluiu.