Durante a cerimónia de comemoração do 60.º aniversário do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), realizada na segunda-feira (23), em Maputo, o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, clarificou a posição do Governo sobre o futuro das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
Em declarações à imprensa, o governante afirmou que, embora a privatização da transportadora não esteja fora de questão, o foco principal é fortalecer as bases da empresa antes de tomar qualquer decisão definitiva.
“Precisamos de três a cinco anos para afinarmos a máquina e tornar a LAM uma empresa atractiva, tanto para o público quanto para o privado”, disse Magala. “Só quando tivermos uma empresa sólida poderemos discutir o melhor modelo para defender os nossos interesses, seja público, privado ou através de uma parceria”, acrescentou.
Reestruturação da LAM e desafios enfrentados
A LAM recentemente concluiu um processo de reestruturação com a Fly Modern Ark (FMA), empresa sul-africana contratada para liderar a revitalização da companhia aérea, que se encontrava em grave crise financeira e operacional. Este processo, iniciado em 2023, visou garantir a continuidade das operações da transportadora, preservando mais de 720 empregos e mantendo os voos nacionais e internacionais.
Entre 2020-23, o Estado investiu 57,3 milhões de dólares (cerca de 3,7 mil milhões de meticais) para resgatar financeiramente as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a Aeroportos de Moçambique (ADM). Este valor foi essencial para mitigar a baixa rentabilidade e os problemas de liquidez das empresas do sector da aviação, que enfrentam atrasos de pagamentos junto de credores internos e externos.
Com a nomeação de Américo Muchanga como novo presidente da LAM, em Julho de 2024, a transportadora procura consolidar os avanços obtidos e expandir a sua frota, com a aquisição prevista de quatro novas aeronaves até ao final do ano, visando reforçar a competitividade da empresa no mercado regional e intercontinental.
Magala destacou que o processo de fortalecimento estrutural da LAM será decisivo para definir o futuro modelo de gestão da empresa, reiterando que “a privatização não será descartada, mas qualquer decisão será tomada com base em fundações sólidas”.
Texto: Felisberto Ruco