O Banco de Moçambique (BdM) firmou novos acordos de cooperação durante a segunda Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa, realizada em Macau.
Segundo uma publicação da Lusa, citando Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, o evento destacou o papel crucial da cooperação internacional em tempos de crescentes tensões geopolíticas.
“Podemos beneficiar ainda mais do trabalho em rede e do conhecimento diferenciado que reside em cada uma das nossas instituições”, afirmou Centeno durante o encontro, tendo igualmente sublinhado a importância da cooperação entre os países lusófonos, referenciando a fluidez institucional entre os bancos centrais e os benefícios de uma língua comum.
O evento trouxe importantes avanços para Moçambique, com o banco central firmando acordos com a Autoridade Monetária de Macau, além de novas parcerias estabelecidas entre a Associação Moçambicana de Bancos e a Associação de Bancos de Macau. Esses acordos visam promover a troca de informações e reforçar a cooperação no sector financeiro.
Centeno destacou que, em mais de 30 anos, o Banco de Portugal realizou mais de 3400 iniciativas de cooperação com países de língua oficial portuguesa, sendo um dos casos mais emblemáticos o Acordo de Cooperação Cambial entre Portugal e Cabo Verde, que trouxe estabilidade macroeconómica e financeira para Cabo Verde.
O governador aproveitou a ocasião para alertar sobre a crescente fragmentação geopolítica e a necessidade de cooperação internacional. “Sem cooperação, os desequilíbrios transformam-se inevitavelmente em tensões regionais com implicações geopolíticas”, frisou.
O responsável também destacou os desafios globais enfrentados pelos reguladores, como as alterações climáticas e a prevenção do financiamento do terrorismo e do branqueamento de capitais.
Com a assinatura dos novos acordos, Moçambique reforça sua posição no cenário de cooperação financeira entre os países lusófonos, assegurando um papel ativo na promoção da estabilidade económica e na partilha de informações estratégicas no sector.