A multinacional DP World planeia investir 600 milhões de dólares na expansão do Porto de Maputo nos próximos três anos, anunciou o presidente da empresa, sultão Ahmed Bin Sulayem, após uma reunião em Nova Iorque com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, informou a Lusa.
“Quero dizer que estamos muito entusiasmados com Moçambique e com cidades próximas, como Nacala, no norte do País. Acreditamos que há muitos lugares onde podemos contribuir para o crescimento do sector comercial”, avançou Sulayem, em declarações aos jornalistas após a reunião com Filipe Nyusi, que está em Nova Iorque para a 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
O investimento faz parte de um plano mais amplo para transformar Moçambique em um importante centro de logística e comércio no sul da África. “Estamos em Moçambique há mais de 20 anos e Moçambique é hoje um grande centro de carga, especialmente para os países vizinhos, a África do Sul, Zimbábue e Zâmbia, e a região. E isso reflecte-se no nosso investimento de expandir o Porto de Maputo”, acrescentou o presidente da DP Word.
Sulavem destacou ainda que o novo investimento vai ser ainda maior do que o anterior, com melhorias planeadas para a logística do País e para a criação de parques industriais. “Discutimos a possibilidade de criar parques industriais em várias partes do País e melhorar a sua logística e dos países vizinhos. Para Maputo é uma grande vitória no que diz respeito às trocas comerciais”, afirmou.
A concessão do porto de Maputo, sob responsabilidade da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), foi prorrogada até 2058, conforme aprovado pelo Governo moçambicano em Abril deste ano. A MPDC é uma parceria entre os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Portus Indico, constituída pela Grindrod, DP World e a empresa Mozambique Gestores.
Segundo o decreto aprovado pelo Governo, a MPDC foi autorizada a realizar investimentos adicionais de 2,6 mil milhões de dólares, com o objectivo de aumentar a capacidade de manuseamento de carga no Porto de Maputo.
A primeira fase deste plano envolve a expansão do terminal de contentores, que passará de uma capacidade de 170 mil para 530 mil contentores em três anos, e a ampliação do Terminal de Carvão da Matola, de sete para 12 milhões de toneladas anuais.
“Vai aumentar também a capacidade do Terminal de Carvão da Matola, de sete milhões para 12 milhões de toneladas por ano (mtpa). E a nossa capacidade na carga geral vai subir de 10 para 13 mtpa, na primeira fase, que estará concluída nos próximos três anos”, detalhou o director executivo da MPDC, Osório Lucas.
Com a expansão, a MPDC espera quase dobrar o volume de carga manuseada, de 26,7 mtpa em 2023 para 50,9 mtpa até 2058. Além disso, a capacidade operacional do porto deverá aumentar dos actuais 37 mtpa para 54 mtpa, com o terminal de contentores a expandir-se de 270 mil para um milhão de unidades.
Por sua vez, o Terminal de Carvão da Matola será ampliado de 7,5 para 18 mtpa, e o Terminal de Carga Geral passará de 9,2 para 13,6 mtpa.
Actualmente, o porto de Maputo emprega cerca de 10 mil trabalhadores, entre directos e indirectos, e a expansão deverá criar mais dois mil postos de trabalho.