O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disse que depois da pandemia da covid-19 África recebeu apenas três mil milhões de dólares, dos 650 mil milhões de dólares dos Direitos Especiais de Saque (SDRs) FMI.
Akinwumi Adesina, que realizou esta sexta-feira, 20 de Setembro, uma visita de trabalho a Angola, frisou que estão ainda por alocar a quase totalidade dos 650 mil milhões de dólares.
Segundo o presidente do BAD, que falava à imprensa no final da sua visita, esta diferença mostra uma desigualdade entre os países ricos e os que têm menos rendimentos, sublinhando que os países africanos defendem uma reafectação de cerca de 100 mil milhões de dólares, mas há vários desafios, um dos quais é assegurar que os direitos continuam a ser um activo de reserva.
O responsável reiterou que o BAD está a trabalhar com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com a liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI), para canalizar esses direitos que podem ser usados como capital híbrido para os bancos multilaterais, sem que corram o risco de perderem dinheiro.
“O FMI concordou que farão 15 mil milhões de dólares de SRD, que os países vão canalizar para os países que pretendem ajudar, estamos a trabalhar actualmente com o BID, com o que chamamos apoio de liquidez”, revelou, acrescentando que se juntou um grupo de cinco países para ter um acordo de apoio de liquidez.
“Estamos a falar da Arábia Saudita, a China, Emiratos Árabes Unidos, o Japão, França e temos muito ainda a fazer”, acrescentou.
No que diz respeito ao sector energético, Adesina realçou que o BAD quer apoiar o sector privado angolano, porque o país não tem produtores independentes de energia. Manifestou ainda o apoio da instituição financeira africana à estrutura das tarifas de energia, incentivando o investimento privado.
Fonte: Lusa