Um grupo de estudantes de Engenharia de Design de Inovação do Reino Unido desenvolveu um inovador detector de incêndios em forma de pinha, denominado Pyri, que lhes valeu a passagem à fase nacional do Prémio Internacional de Design James Dyson. A equipa é constituída por Richard Alexandre, Karina Gunadi, Blake Goodwyn e Tanghao Yu.
Pyri, o detector de incêndios, é feito de cera e carvão, materiais biodegradáveis, eficazes e não tóxicos para o meio ambiente, ao contrário dos metais, plástico e lítio utilizado para fabricar baterias.
“A ideia de criar o detector surgiu em 2020, depois de testemunhar a destruição provocada pelos incêndios florestais na região do Pantanal, os maiores dos últimos 14 anos”, disse Richard Alexandre, um dos membros da equipa.
Segundo a revista Dezeen, o nome do mecanismo é uma referência às plantas pirófilas, como é o caso de alguns tipos de pinheiros, que estão em áreas afectadas por incêndios florestais e, além de sobreviverem ao fogo, conseguem reproduzir-se através da libertação das sementes.
Alexandre explicou que a ideia é camuflar o Pyri na natureza que vai funcionar da seguinte forma: quando as chamas entram em contacto com exterior do detector, que é feito de cera, a “pinha” vai emitir um sinal de radiofrequência que vai chegar às torres de comunicação, inclusive as que estão localizadas a quilómetros de distância do local do incêndio.
A cera vai emitir o sinal de alerta e o carvão, por ser rico em carbono, vai funcionar como um condutor eléctrico da mensagem.
“Ao contrário dos métodos tradicionais, que dependem de sensores, câmaras e satélites – frequentemente limitados pela cobertura, precisão e custos elevados -, o Pyri oferece uma solução eficaz e acessível, adequada para uma implantação extensiva, mesmo em locais remotos”, afirmou o estudante.
A par disto, é fácil de instalar, não requer manutenção e, acima de tudo, é uma solução de baixo custo. “Não há ideias ou conceitos semelhantes ao Pyri no mercado”, acrescentou Richard.
Mas para esta tecnologia chegar ao mercado são precisos mais testes. De acordo com a Deezen, a equipa já testou a cera e o carvão individualmente, mas precisa agora de integrar todos os materiais no protótipo da pinha e testá-lo num ambiente de fogo controlado.