O Banco de Moçambique (BdM) avançou que as reservas feitas pelos bancos moçambicanos voltaram a crescer em Julho, atingindo o máximo histórico acumulado de 258,2 mil milhões de meticais (4 mil milhões de dólares), se comparado com o mês de Junho, quando as mesmas fixaram-se nos 257,7 mil milhões de meticais (3,9 mil milhões de dólares).
De acordo com uma publicação da Lusa, esses dados constam de um relatório estatístico do banco central e reflectem a segunda subida mensal consecutiva, mantendo o coeficiente de reservas obrigatórias em níveis elevados.
Segundo o documento, as reservas obrigatórias dos bancos comerciais estavam fixadas no coeficiente de 10,5% em moeda nacional e 11% em moeda estrangeira no início de Janeiro de 2023. No entanto, nos primeiros seis meses do ano passado, o Banco de Moçambique aumentou por duas vezes esse coeficiente, com o argumento de ser necessário para “absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária”.
“O último desses aumentos aconteceu em Junho, chegando a 39% dos depósitos em moeda nacional e 39,5% no caso de moeda estrangeira a ficarem em reserva bancária”, avançou a instituição.
Após este aumento, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considerou que a decisão tornava ainda mais caro contrair financiamento bancário, mecanismo essencial numa economia de Pequenas e Médias Empresas.
O banco central decidiu, no dia 1 de Agosto, manter inalterados, em valores máximos, os coeficientes de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, pelo menos até ao final de Setembro, apesar dos apelos dos empresários e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Esta decisão foi tomada numa reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), que reunirá novamente no próximo dia 30 de Setembro.
Recentemente, o FMI defendeu a redução dos rácios de reservas para impulsionar a economia, aconselhando alternativas para absorver excesso de liquidez e a remuneração das reservas.
“A redução dos elevados requisitos de reservas é essencial para aliviar as condições financeiras. Embora o sistema financeiro moçambicano apresente um excedente de liquidez estrutural, os aumentos significativos nas reservas obrigatórias em 2023 (de cerca de 10% para 40%) podem ter sido maiores do que o necessário para absorver o excesso de liquidez”, lê-se no relatório do FMI da quarta avaliação ao programa de Facilidade de Crédito Alargado, concluído em Julho.