O governador da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, Valige Tauabo, garantiu que a situação de segurança naquela região está “razoavelmente” estável, que quase todos os distritos afectados pelo terrorismo estão protegidos, e que paira um clima de tranquilidade, estando disponíveis para receber os potenciais investidores.
“A situação de segurança na nossa província está razoavelmente estável, há um ambiente de esperança e muita expectativa. A população já regressou, está ocupar as suas residências e o comércio começou a fluir”, afirmou o responsável citado pela Agência de Informação de Moçambique.
Tauabo assegurou que, em breve, estarão disponíveis todos os serviços públicos, sobretudo no distrito de Quissanga, e que o processo de retorno dos funcionários está a ser feito gradualmente.
No entanto, desaconselhou o regresso da população ao posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia. “Neste momento, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e os seus aliados do Ruanda estão num trabalho de limpeza de modo que confiram mais protecção”.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para depois o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.
A província de Cabo Delgado enfrenta ataques terroristas há mais de seis anos, que levaram a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projectos do gás.
Depois de um período de relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados nos primeiros meses do ano, levando entidades estrangeiras a restringirem as viagens para aquele ponto do País.