A Google anunciou uma nova iniciativa para combater os incêndios florestais à escala global através do lançamento de satélites equipados com Inteligência Artificial (IA). A rede, denominada FireSat, é resultado de uma parceria entre a Google, a Moore Foundation e o Environmental Defense Fund. O primeiro satélite da série deverá ser lançado no início de 2025 num foguetão SpaceX.
A rede de 52 satélites será capaz de detectar incêndios com um diâmetro de cinco metros em qualquer ponto do planeta. As imagens captadas serão actualizadas a cada 20 minutos, fornecendo dados em tempo real para ajudar as agências de combate a incêndios em todo o mundo.
Esta tecnologia será uma melhoria em relação aos sistemas actuais, que oferecem imagens de alta resolução, mas com actualizações pouco frequentes, ou imagens actualizadas rapidamente, mas com baixa resolução.
Além dos satélites, o projecto utilizará a IA desenvolvida pela Google para detectar e monitorizar os incêndios. A análise dos dados será fornecida gratuitamente às agências de combate a incêndios, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz no combate aos focos de incêndio. A tecnologia também ajudará a direccionar os recursos limitados para as áreas mais críticas e a planear as evacuações com maior precisão.
De acordo com o líder de investigação sobre clima e energia da Google Research, Chris Van Arsdale, a detecção de incêndios em imagens de satélite é um grande desafio, uma vez que muitos elementos podem ser confundidos com incêndios, como reflexos e fumo.
“A detecção de incêndios tornou-se um jogo de procura de agulhas num palheiro. Resolver este problema permitirá que os socorristas actuem com rapidez e precisão quando um incêndio é detectado”, disse o investigador à MIT Technology Review.
O primeiro satélite, que deverá ser lançado a bordo de um foguetão SpaceX no início do próximo ano, irá testar o funcionamento dos sistemas e a qualidade dos dados gerados.
As organizações parceiras planeiam lançar três satélites totalmente operacionais em 2026, com implantações adicionais nos anos seguintes. A expectativa é que a constelação completa de satélites esteja em funcionamento até ao final desta década.