A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) registou uma queda de 15,5% no seu lucro, que totalizou 3,4 mil milhões de meticais (54,7 milhões de dólares) no ano fiscal terminado em Junho de 2024. A redução foi atribuída a vários factores exógenos, nomeadamente à conjuntura geopolítica internacional e à flutuação dos preços das mercadorias no mercado global, conforme indicado no relatório e contas da empresa.
De acordo com a Lusa, comparativamente ao ano fiscal anterior, encerrado em Junho de 2023, a empresa tinha reportado lucros de 4,1 mil milhões de meticais, representando um aumento de 75% face a 2022. Contudo, o exercício deste ano foi marcado por desafios operacionais que impactaram a produção de gás natural e condensado na central de produção de Temane, na província de Inhambane, o que se reflectiu numa queda significativa das receitas.
Segundo o relatório, o declínio das reservas iniciais dos campos de gás, aliado aos desafios operacionais, contribuiu para o decréscimo nos volumes de produção, com efeitos directos sobre as receitas. Além disso, o aumento dos investimentos necessários para sustentar a produção e os riscos associados à implementação de novos projectos de compressão de baixa pressão, nomeadamente no campo de Pande, também exerceram pressão sobre os resultados da CMH.
A administração da empresa destacou, no entanto, que a mesma está comprometida em desenvolver e implementar acções de investimento para assegurar a continuidade da produção e fornecimento de gás natural a longo prazo. Entre os projectos em curso, inclui-se a execução de novos furos e a instalação de compressores adicionais no âmbito do Programa de Extensão do Plateau e Optimização de Produção (PEDOP).
Para financiar a sua participação nestes projectos, a CMH garantiu uma linha de crédito de médio prazo no valor de 3,1 mil milhões de meticais, junto de bancos comerciais. O objectivo é manter a sustentabilidade da produção de gás natural e cumprir os compromissos comerciais assumidos ao abrigo dos contratos vigentes.
O relatório finaliza com uma análise da situação financeira da empresa, destacando que o seu activo total recuou para 24,2 mil milhões de meticais, enquanto o passivo caiu para 7,4 mil milhões de meticais no mesmo período. Apesar dos desafios, a empresa continua focada em assegurar a viabilidade das suas operações e em ultrapassar os constrangimentos que afectaram os resultados no último exercício fiscal.