Moçambique piorou o desempenho no Global Soft Power Index, que mede a capacidade de influência global das nações, ficando em 132.º lugar entre os 193 países. A boa notícia é que o valor da marca-país, cifrada em 14,36 milhões de dólares, cresceu face ao ano anterior. No ranking de África, o Egipto lidera, aparecendo na 25.ª posição, entre as 54 nações.
A reputação internacional de uma nação depende cada vez mais do designado “soft power”, ou seja, da sua capacidade para influenciar as preferências e os comportamentos dos vários intervenientes da sociedade global (governos, empresas, comunidades ou opinião pública), através da persuasão e não da coerção.
A consultora Brand Finance, especializada na análise de marcas, publica, desde 2019, o Global Soft Power Index, que mede a capacidade de um país influenciar outras nações através de “armas” como a diplomacia, os meios de comunicação social, as exportações culturais, a educação e a ajuda humanitária. O índice abrange 193 países, sendo baseado em oito pilares: “negócios e comércio”, “relações internacionais”, “educação e ciência”, “cultura e património”, “governo”, “media e comunicação”, “sustentabilidade”, “pessoas e valores”.
Egipto, África do Sul e Marrocos têm a melhor reputação
Na edição de 2024, os Estados Unidos lideram a listagem com a pontuação mais elevada de sempre (78,8). Seguem-se o Reino Unido (considerado o melhor país para estudar), China (o que mais cresceu face ao ano anterior), Japão, Alemanha, França, Canadá, Suíça (o melhor para trabalhar e investir), Itália (o melhor para visitar) e Emirados Árabes Unidos (obteve a pontuação máxima na solidez e estabilidade da economia).
No que se refere a África, a classificação é liderada pelo Egipto, África do Sul e Marrocos, que perderam posições no ranking global. Seguem-se a Argélia, Tunísia, Nigéria, Gana, Tanzânia, Senegal e Quénia. Moçambique ocupa o 132.º lugar mundial (desceu 14 posições) com a pontuação de 30,8 (menos 3,1 pontos do que em 2023). A boa notícia é que o valor da marca-país, cifrada em 14,36 milhões de dólares, cresceu 10,2% face ao ano anterior.
Pessoas e valores é o melhor critério de Moçambique
Por critérios, Moçambique piorou o seu desempenho na generalidade dos indicadores. Os melhores resultados referem-se aos pilares das “pessoas e valores” (114.º lugar mundial), “media e comunicação” (116.º) e “sustentabilidade” (120.º). Os piores são “negócios e comércio” e “governação” (ambos no 125.º lugar), “cultura e património” (132.º), “educação e ciência” (136.º) e “relações internacionais” (140.º, descida de 40 posições).
Na comparação com os países vizinhos. Moçambique só está acima do Maláui (160.º) e de Essuatíni (o penúltimo do ranking). Entre os países lusófonos, o destaque vai para Portugal (27.º, subiu três lugares) e o Brasil (31.º, o mesmo de 2023). Angola está em 116.º (perdeu cinco posições) e Cabo Verde estreou-se no ranking com um modesto 150.º lugar mundial.
Fonte: Soft Power Index 2024 / Brand Finance
Texto: Jaime Fidalgo