O Zimbabué pretende abater 200 elefantes para fazer face a uma seca sem precedentes que provocou uma escassez de alimentos e, ao mesmo tempo, combater o aumento da população de animais, informou na última sexta-feira (13) a autoridade responsável pela vida selvagem do país.
O país da África Austral tem “mais elefantes do que precisa”, afirmou o ministro do Ambiente do Zimbabué no Parlamento na quarta-feira (11), acrescentando que o Governo tinha dado instruções à Autoridade dos Parques e da Vida Selvagem do Zimbabué (ZimParks) para iniciar o processo de abate.
Os 200 elefantes serão caçados em áreas onde já entraram em conflito com os humanos, incluindo Hwange, onde se encontra a maior reserva natural do Zimbabué, reiterou à AFP o director-geral da ZimParks, Fulton Mangwanya.
O Zimbabué tem cerca de 100 mil elefantes e a segunda maior população de elefantes do mundo, a seguir ao Botsuana.
Os esforços de conservação permitiram que Hwange albergasse 65 mil elefantes, mais de quatro vezes a sua capacidade, segundo a ZimParks. A última vez que o Zimbabué abateu elefantes foi em 1988.
A vizinha Namíbia já matou 160 elefantes, num abate de mais de 700, para fazer face à pior seca das últimas décadas.
O Zimbabué e a Namíbia fazem parte de uma série de países da África Austral que declararam o estado de emergência devido à seca.
Mas a iniciativa de caçar os animais para alimentação não foi bem recebida por toda a gente.
“O Governo deve ter métodos mais sustentáveis e amigos do ambiente para lidar com a seca sem afectar o turismo. Arriscam-se a afastar os turistas por razões éticas. Os elefantes são mais rentáveis vivos do que mortos”, frisou Farai Maguwu, director do Centro para a Governação dos Recursos Naturais, uma organização sem fins lucrativos.
“Mostrámos que somos maus guardiões dos recursos naturais e que o nosso apetite por riqueza ilícita não tem limites, por isso isto deve ser travado porque não é ético”, sustentou.
Fonte: Club of Mozambique