A procuradora-geral da República (PGR) de Moçambique, Beatriz Buchili, afirmou nesta segunda-feira, 16 de Setembro, que o País não deve tornar normal a corrupção, alertando que se trata do tipo de crime que “alimenta” outros delitos, com destaque para o terrorismo e o branqueamento de capitais.
“Não podemos ter uma sociedade que normalize actos de corrupção que contribuam para a prática de crime organizado, tais como o terrorismo e o seu financiamento, branqueamento de capitais, imigração ilegal, raptos, tráfico de pessoas e de droga”, argumentou.
A responsável declarou que a falta de integridade por parte dos servidores públicos favorece a delapidação dos recursos naturais do País e desvia meios necessários para a criação de condições de acesso aos serviços básicos por parte dos cidadãos.
“A corrupção é um dos maiores desafios que enfrentamos enquanto sociedade. Este mal corrói a essência do Estado de Direito, desvia recursos que poderiam ser utilizados em serviços essenciais e mina a confiança da população nos líderes e nas instituições”, esclareceu.
Buchili defendeu uma nova dinâmica no combate à corrupção e crimes conexos, como parte da estratégia da Procuradoria-Geral da República, secundando que foi aprovado um plano estratégico com pontos prioritários.
“Este plano está alinhado não apenas com as directrizes da Administração Pública, mas também com as convenções internacionais das quais o nosso Moçambique é signatário, reforçando o nosso empenho em adoptar as melhores práticas globais no combate à corrupção”, avançou.
Em Agosto, o GCCC anunciou que recuperou, no primeiro semestre, bens avaliados em 128 milhões de meticais em casos de corrupção, assim como tramitou mais de mil processos.