O Presidente da República, Filipe Nyusi, assinalou esta sexta-feira (13), um crescimento em “grande dimensão” do sector extractivo do País, face à exploração de recursos minerais, destacando os esforços na prevenção de conflitos com as comunidades locais.
“O sector extractivo em Moçambique tem vindo a ganhar maior dimensão com a exploração de recursos minerais e hidrocarbonetos, mas nós temos tudo feito para que não seja motivo de conflitos”, disse Filipe Nyusi, citado pela Lusa, durante a inauguração da vila de reassentamento Joaquim Mara, construída pela petrolífera Sasol em Inhassoro, na província de Inhambane.
Segundo o chefe do Estado, os projectos de exploração de recursos devem servir para a melhoria da condição social, destacando a importância das negociações e consensos antes da realização dos projectos para evitar conflitos com as comunidades.
“Os impostos que são cobrados desses projectos são estes que fazem estradas (…), os salários, apesar de discutíveis, saem também desses esforços. É assim que a distribuição é feita”, disse.
Na ocasião, Nyusi referiu que a vila de reassentamento inaugurada é um exemplo de ordenamento territorial, considerando que a infra-estrutura “rejeita” a narrativa de usurpação de terra ou “imposição de mudanças forçadas” à população local.
Segundo o Presidente da República, a vila de reassentamento Joaquim Mara foi construída com material resiliente e comporta, entre outros, habitações unifamiliares, infra-estruturas para educação, desporto, residência de professores e igrejas.
“Cientes de que as infra-estruturas hoje entregues são a base para o crescimento socioeconómico da nossa população, recomendamos a preservação das mesmas para que possam servir para as gerações futuras”, concluiu Filipe Nyusi.
No passado mês de Agosto, foi anunciado que a petrolífera sul-africana Sasol exportou 2,6 milhões de gigajoules (GJ) de gás natural no sul de Moçambique de um total de três milhões produzidos nos últimos 20 anos no País.
“Este marco não só colocou Moçambique no mapa regional de produtores de gás natural, como também lançou as bases para o desenvolvimento do sector petrolífero a nível nacional”, disse o chefe do Estado, durante uma declaração à nação, na celebração do 20.º aniversário da criação do Instituto Nacional de Petróleos (INP), em Maputo, em 20 de Agosto.
A Sasol explora reservas de gás desde 2004 em Temane e Pande, na província de Inhambane, com gasodutos para a África do Sul e Maputo, alimentando ainda a central eléctrica moçambicana de Ressano Garcia, junto à capital e na fronteira com a África do Sul.
Segundo o PR, do total produzido pela empresa sul-africana, 352 milhões gigajoules – unidade de energia equivalente a cerca de 25,5 metros cúbicos – foram consumidos no mercado moçambicano como gás comercial e também serviram de “royalties em espécie”.
Para Nyusi, o início da exploração de gás em Pande e Temane foi uma das grandes realizações do País nos esforços para aproveitar o potencial energético, lançando as bases para o desenvolvimento do sector petrolífero em benefício dos Moçambicanos, que culminou com a descoberta de reservas na bacia do Rovuma, estimadas em cerca de 180 triliões de pés cúbicos.
O País tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.