Uma equipa de médicos de Xangai, na China, conseguiu realizar uma cirurgia para remover um tumor num paciente localizado a cinco mil quilómetros de distância, utilizando um robot cirúrgico controlado remotamente. A operação foi conduzida pelo professor Luo Qingquan, especialista em cirurgia torácica robótica, e teve lugar no Hospital Torácico de Xangai, enquanto o paciente se encontrava no Segundo Hospital Popular de Casgar.
A cirurgia durou cerca de uma hora. A tecnologia utilizada permitiu que os braços robóticos 5G manipulados em Xangai transmitissem instruções em tempo real aos robots em Casgar, deixando Luo Qingquan efectuar movimentos precisos de dissecação, separação, corte e sutura, com uma precisão comparável à realizada em pessoa.
De acordo com o professor, a tecnologia é tão avançada que teve a sensação de estar fisicamente presente na sala de operações em Casgar. “Senti-me como se estivesse literalmente a operar os braços robóticos no local. Foi perfeitamente simultâneo”, disse numa entrevista à Science and Technology Commission of Shanghai Municipality.
Segundo o site 111 Next, o robot cirúrgico utilizado tem um ecrã 3D e um controlo que mostra imagens em tempo real da cavidade torácica do paciente. Antes da cirurgia, as equipas médicas dos dois hospitais realizaram uma videoconferência para discutir em pormenor os preparativos e o plano cirúrgico, sem necessidade de uma reunião presencial.
Para além de minimizar a invasão e oferecer maior precisão, a cirurgia robótica reduz o tamanho das feridas e acelera a recuperação dos doentes. “A cirurgia robótica é uma das tecnologias minimamente invasivas mais avançadas, proporcionando maior precisão, feridas mais pequenas e uma recuperação mais rápida”, explicou Luo. Os braços mecânicos do robot também ajudam a evitar os tremores naturais das mãos humanas, alargando o campo de visão do cirurgião em dez a 15 vezes.
Esta tecnologia tem o potencial de democratizar a medicina, permitindo que os doentes de zonas remotas tenham acesso a serviços médicos de ponta sem terem de se deslocar às grandes cidades. “Com esta tecnologia, os doentes de zonas remotas podem aceder a serviços médicos de primeira classe”, concluiu Luo Qingquan.