A mineradora australiana Syrah Resources, que opera no distrito de Balama, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, anunciou que contabilizou, no primeiro semestre deste ano, prejuízos avaliados em 67,1 milhões de dólares australianos (44,7 milhões de dólares americanos).
Uma informação divulgada nesta terça-feira, 10 de Setembro, pelo Engineering News, revelou que as receitas caíram 33% para 19 milhões de dólares australianos (12,6 milhões de dólares americanos), acrescentando que a situação se deveu à redução da produção e das vendas de grafite tendo em conta o excesso de oferta na China.
“A grafite é um material à base de carbono usado em baterias e é um componente vital em veículos eléctricos. A China é responsável por mais de 70% do suprimento global de grafite natural, extraído e de variedade sintética, feito de coque de petróleo ou alcatrão de hulha”, esclareceu a empresa.
Na nota publicada, sublinha-se que a produção de grafite da China aumentou para cerca de 1,2 milhão de toneladas métricas em 2023, em comparação com as 700 mil toneladas verificadas em 2020, clarificando que o país asiático era, até recentemente, um grande mercado para exportadores de grafite como a Syrah.
A mineradora revelou que, ainda no primeiro semestre, a produção das suas operações em Balama caiu 38% para 34,9 mil toneladas, com as vendas a baixarem de 44,7 mil para 29,8 mil toneladas.
Diante deste cenário, a empresa justificou que, no período em alusão, não vendeu grafite para a China, mas enviou o minério para clientes terceirizados, principalmente para a Indonésia.
“A Syrah enviou 500 toneladas de grafite para a sua unidade de Material de Ânodo Activo (AAM – Active Anode Material) em Vidalia, nos Estados Unidos, que iniciou a produção em Fevereiro”, concluiu.