Algumas das maiores empresas mineiras do Zimbabué procuram obter 182 milhões de dólares para desenvolver 200 Megawatts (MW) de energia solar gerada localmente, de acordo com o CEO da empresa de energias renováveis responsável pelos projectos, Norman Moyo.
O acordo foi assinado entre a Grid Africa – líder em soluções de energia solar – e o Grupo de Utilizadores Intensivos de Energia, cujos membros incluem a unidade zimbabueana da Impala Platinum Holdings Ltd., a Afrochine Smelting Pvt. Ltd. da Tsingshan Holdings Group Co. e a RioZim Ltd.
“As conversações com vários parceiros de financiamento, tais como empresas mineiras, bancos, financiadores de desenvolvimento e fornecedores como a Power China e a RIC Energy, estão a progredir”, afirmou Norman Moyo, co-fundador e director-executivo da Grid Africa, numa entrevista. “A estrutura de financiamento consistirá em cerca de 70% de dívida e 30% de capital próprio”, acrescentou.
O país enfrenta um défice de energia que leva frequentemente a empresa pública de electricidade a implementar apagões contínuos para equilibrar a oferta e a procura. A pior seca das últimas quatro décadas agravou a crise, reduzindo o abastecimento das centrais hidroeléctricas. Várias empresas mineiras dependem da importação de energia de Moçambique para poderem operar.
O Zimbabué possui o segundo maior depósito de platina e minérios de crómio de alta qualidade do mundo, e a exploração mineira contribui 12% para o Produto Interno Bruto do país e representa cerca de 80% das suas exportações, de acordo com a Administração do Comércio Internacional dos Estados Unidos da América. É provável que a existência de electricidade adicional e mais barata aumente significativamente a contribuição do sector para o crescimento económico.
A primeira fase do acordo centra-se nas empresas mineiras com projectos prontos a funcionar que têm as licenças necessárias mas carecem de financiamento, segundo Norman Moyo.
“As grandes minas beneficiam de infra-estruturas de rede dedicadas, o que lhes permite obter energia de forma flexível. A transição para a produção local de energia solar irá proporcionar poupanças significativas em termos de custos e de divisas, em comparação com a importação de energia”, apontou o representante.
A Grid Africa surgiu a partir da Distributed Power Africa (líder de mercado em soluções inovadoras de energia solar) inicialmente ligada ao bilionário zimbabueano Strive Masiyiwa.
Fonte: BNN Bloomberg