O Governo do Reino Unido anunciou um investimento de 25 milhões de libras esterlinas (32 milhões de dólares) no sector alimentar e agrícola africano, com vista a impulsionar o comércio de produtos alimentares, combater a crise climática e reforçar a segurança alimentar e nutricional.
Este anúncio foi feito por Lord Collins de Highbury, ministro de África, ao reiterar o compromisso do Reino Unido de estabelecer uma parceria com o continente perante os principais líderes africanos no âmbito do Fórum dos Sistemas Alimentares Africanos (AFSF), recentemente concluído em Kigali, no Ruanda.
Anunciou também o apoio a um novo mecanismo de investimento que irá acelerar o crescimento do sector alimentar e agrícola do continente africano.
De acordo com Collins, o fundo será afectado à AgDevCo, um investidor de impacto social sediado no Reino Unido que se dedica a investir em empresas agro-industriais africanas.
Prevê-se que o investimento do Reino Unido aumente o rendimento dos agricultores em 128 milhões de libras (167 milhões de dólares) até 2036. “A melhoria dos mercados alimentares terá um impacto transformador nos indivíduos e nas famílias em toda a África, proporcionando rendimentos estáveis aos agricultores que trabalham arduamente, criando empregos para os jovens e combatendo a subnutrição. No entanto, sem financiamento, mesmo as empresas mais motivadas têm dificuldade em prosperar”, afirmou um porta-voz do Governo britânico.
Para fazer face a este desafio, o Reino Unido planeia apoiar um novo mecanismo de investimento de 50 milhões de dólares denominado AgDevCo Ventures, contribuindo com mais de metade dos fundos, sendo o restante proveniente de outros investidores. O financiamento e os conhecimentos especializados da AgDevCo irão capacitar as empresas agro-industriais africanas em fase inicial, reforçando a capacidade de resistência do continente às alterações climáticas.
A AgDevCo Ventures fornecerá investimentos em fase inicial a pequenas e médias empresas no sector agrícola africano, com destaque para as de propriedade e gestão africanas. O mecanismo pretende ser lançado no início de 2025, trabalhando em estreita colaboração com as empresas do sector agrícola para impulsionar o crescimento e a inovação.
Entretanto, Daniel Hulls, director-executivo da AgDevCo, expressou o seu agradecimento ao Reino Unido pela sua colaboração contínua: “Este financiamento permitir-nos-á atrair capital de terceiros e retomar o investimento em pequenas empresas em fase inicial. Estamos entusiasmados com o desenvolvimento de uma nova carteira da AgDevCo Ventures, que esperamos venha a ter um grande impacto, criando empregos e aumentando os rendimentos rurais através da próxima geração de agro-PME africanas”.
As Pequenas e Médias Empresas agro-industriais carecem frequentemente das opções financeiras necessárias para se expandirem, e o Reino Unido está a estabelecer parcerias com outros países para explorar novas vias de financiamento e atrair mais investidores. Prevendo-se que a procura de alimentos para consumo humano e animal em África triplique entre 2010 e 2050 – e que a procura global de alimentos aumente 50% -, este investimento ajudará a melhorar a segurança alimentar e nutricional em África e em todo o mundo, equipando as empresas agrícolas para satisfazerem as necessidades crescentes.
Fonte: Further Africa