As exportações da China cresceram em Agosto pelo quinto mês consecutivo, num sinal de aumento da procura global, enquanto as importações registaram um crescimento quase nulo, num contexto de abrandamento da economia chinesa, segundo dados oficiais divulgados esta terça-feira, 10 de Setembro.
As exportações em Agosto aumentaram 8,7%, para 308,65 mil milhões de dólares, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China. Este valor também foi superior ao crescimento homólogo de 7% registado em Julho.
A leitura homóloga em Agosto é a mais forte em 17 meses também devido ao efeito de base comparativa, já que no mesmo mês de 2023 as exportações diminuíram 8,8%.
As importações da China cresceram apenas 0,5% em Agosto, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os líderes chineses aumentaram o investimento na indústria transformadora para revitalizar a economia, que estagnou durante a pandemia e mantém taxas de crescimento abaixo do esperado.
“Os valores das exportações cresceram, em termos homólogos, ao ritmo mais rápido dos últimos 17 meses, com os volumes de exportação a atingirem máximos históricos. Esperamos que as exportações se mantenham robustas a curto prazo, apoiadas pela descida da taxa de câmbio efectiva real da China”, afirmou Zichun Huang, da consultora Capital Economics.
“Os volumes das importações caíram no mês passado, mas é provável que recuperem nos próximos meses, com a forte procura externa a elevar as importações para transformação e reexportação, e o aumento das despesas fiscais a impulsionar a procura de produtos industriais de base”, afirmou Huang.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) continua a ser o maior parceiro comercial da China. As exportações para a ASEAN, Estados Unidos e União Europeia aumentaram em comparação com o mesmo período do ano passado.
O excedente comercial da China aumentou para 91,02 mil milhões de dólares no mês passado, acima dos 84,65 mil milhões de dólares, em Julho. Embora as exportações estejam a aumentar, a China está a ter dificuldades em aumentar a procura interna.
O Índice de Preços no Consumidor, o principal indicador da inflação, subiu 0,6% em Agosto, não cumprindo as previsões, de acordo com dados divulgados na segunda-feira. As autoridades atribuíram o aumento da inflação à subida dos preços dos alimentos devido ao mau tempo.
Excluindo os voláteis preços dos alimentos e da energia, a inflação subiu apenas 0,3% em Agosto, o que representa o ritmo mais lento em mais de três anos. Em Agosto, a actividade industrial da China caiu para um mínimo de seis meses, de acordo com um inquérito oficial aos gestores das fábricas, com o índice de gestores de compras a cair para 49,1 pontos, segundo dados oficiais divulgados na semana passada. Uma leitura inferior a 50 indica uma contracção da actividade industrial.
Fonte: Notícias ao minuto