O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, tem não só construído uma relação com o sector cripto, como já é um “player” com activos tokens não fungíveis (Non Fungible Token, NFT, na sigla em inglês) e uma plataforma a caminho.
A aproximação de Donald Trump ao sector dos criptoactivos já é mais do que isso. O republicano resolveu tornar-se um “player” do sector, apostando em vários segmentos – e há quem se aproveite disso. As contas do X (antigo Twitter) da nora e da filha do candidato à Casa Branca foram alvo de um ataque informático, através do qual foram divulgadas falsas publicações relacionadas com um projecto cripto (ainda embrionário) do antigo Presidente dos EUA.
Durante breves minutos, quem acedesse à página de Lara Trump – casada com o filho do candidato à Casa Branca, Eric Trump – poderia ler que uma entidade chamada World Liberty Financial tinha como objectivo “tirar o poder” ao sistema financeiro convencional e “devolvê-lo ao povo”, com o objectivo de “garantir que os cidadãos norte-americanos tenham completo poder sobre as suas finanças”.
O conteúdo foi, entretanto eliminado assim como uma publicação, com afirmações semelhantes, no perfil de Tiffany Trump, a filha mais nova do ex-Presidente dos EUA, de acordo com o esclarecimento publicado mais tarde por Eric Trump na mesma rede social.
O World Liberty Financial é um projecto que foi anunciado por Donald Trump e dois dos seus filhos e que pretende ser um “player” do sector dos criptoactivos. No entanto, até ao momento, não foram divulgados mais detalhes sobre esta iniciativa que, a ser executada, poderá funcionar como um chamariz para um sector onde há grandes nomes que são filantropos políticos.
Metade das doações a partidos vieram do ecossistema cripto
De um total de 250 milhões de dólares que foram doados aos partidos nos Estados Unidos da América este ano, a indústria cripto é responsável por metade. Desta fatia, 52 milhões vieram dos bolsos da Coinbase, a maior casa de câmbio digital dos EUA. E Donald Trump tem aproveitado esta fonte de financiamento.
Quando anunciou o lançamento da World Liberty Financial, Trump afirmou no X que “os americanos foram espremidos pelos grandes bancos e pelas elites financeiras durante demasiado tempo. Está na hora de resistirmos juntos”. Antes disso, no início de Junho, organizou um jantar em Mar-a-Lago, na Florida, com figuras do sector cripto, onde defendeu que seria melhor votarem em si do que em Joe Biden, sob pena de enfrentarem uma regulação mais pesada, de acordo com o politico.
Além disso, o candidato à Casa Branca também manifestou na rede social X o seu apoio aos mineradores de bitcoin, tendo mesmo referido que esta criptomoeda poderia ser “a última defesa” contra as moedas digitais emitidas por bancos centrais, o que nos EUA, a acontecer, se traduziria na criação de um dólar digital. Na mesma publicação, Trump manifestou o desejo “de que todas as bitcoins sejam ‘made in USA’”, ou seja, mineradas nos Estados Unidos.
Aliás, esta rede social tem sido o veículo de comunicação favorito do ex-Presidente para transmitir a sua mensagem a este sector, tendo sido a mais recente publicada em Agosto, em jeito de promessa. Donald Trump disse aos seus 90 milhões de seguidores no X que tem “um plano para garantir que os Estados Unidos sejam a capital cripto do planeta”.
Das palavras aos gestos, a campanha de Trump é a única até hoje – entre potenciais (e efectivos) candidatos à presidência – a aceitar donativos em criptomoedas. Além disso, Trump lançou, em Dezembro de 2022, uma colecção de tokens não fungíveis que na altura esgotou. A iniciativa repetiu-se e no início deste mês, Trump lançou uma quarta colecção de NFT, onde podem ser compradas montagens do Presidente “em cima de uma mota” ou vestido com um fato de super herói.
Fonte: Jornal de Negócios