O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou na quarta-feira (4) que a África do Sul precisa de prosseguir uma consolidação orçamental ambiciosa para restaurar a sustentabilidade das suas finanças públicas.
A declaração surge na sequência de uma visita do organismo à África do Sul no início de Julho para realizar uma “avaliação pós-financiamento” após o seu empréstimo de 4,3 mil milhões de dólares ao país em 2020 para o ajudar a combater o impacto da pandemia da covid-19.
“É necessária uma consolidação duradoura baseada na despesa de pelo menos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos para colocar a dívida numa trajectória descendente sustentada, protegendo simultaneamente os grupos vulneráveis”, afirmou o FMI.
O Fundo sublinhou que o Estado sul-africano deve basear-se numa agenda de reformas pré-existente, aumentando a sua ambição e acelerando a sua implementação.
“O novo Governo deve aproveitar a oportunidade de um novo mandato para implementar reformas ousadas no sentido de enfrentar os desafios de longa data e alcançar o pleno potencial da economia”, apontou o FMI em comunicado.
O Congresso Nacional Africano da África do Sul formou uma ampla coligação com vários partidos, incluindo a Aliança Democrática, favorável ao mercado, depois de ter perdido a sua maioria parlamentar pela primeira vez em 30 anos nas eleições de Maio.
Entretanto, o FMI destacou ainda o aumento da dívida, o elevado desemprego, o declínio do PIB per capita, a desigualdade e a pobreza como alguns dos problemas que afectam a economia sul-africana.
O Tesouro Nacional da África do Sul referiu que as conversações com o FMI foram construtivas, e que o Governo estava concentrado em melhorar a situação fiscal e em conseguir um crescimento económico inclusivo que permitisse combater a pobreza e a desigualdade.
“O recém-criado Governo de Unidade Nacional está firmemente empenhado em enfrentar os desafios económicos imediatos e a longo prazo”, afirmou a instituição financeira na sua nota de imprensa.
Fonte: Reuters