O Presidente Xi Jinping comprometeu-se, na quinta-feira, 5 de setembro, a reforçar o apoio da China ao continente africano que regista o crescimento mais rápido do mundo, com um financiamento de quase 51 mil milhões de dólares, apoio a mais iniciativas de infra-estruturas e uma promessa de criar pelo menos um milhão de postos de trabalho.
Sendo o maior credor bidireccional do mundo, Pequim mostrou o desejo de se afastar do financiamento de infra-estruturas de grande envergadura e de se concentrar na venda às economias em desenvolvimento de tecnologias avançadas e ecológicas, nas quais as empresas chinesas têm investido fortemente.
No entanto, Xi afirmou aos delegados de mais de 50 países africanos que a segunda maior economia do mundo iria realizar 30 projectos de infra-estruturas no continente rico em recursos e oferecer 360 mil milhões de yuan (50,70 mil milhões de dólares) em assistência financeira.
“A China está disposta a aprofundar a cooperação com África nos sectores da indústria, agricultura, infra-estruturas, comércio e investimento”, reiterou Xi aos delegados.
O governante chinês apelou a “uma rede China-África com ligações terra-mar e desenvolvimento coordenado”, ao mesmo tempo que frisou aos empreiteiros chineses para regressarem ao continente de um bilião de habitantes, após o levantamento das restrições impostas pela covid-19 que perturbaram os seus projectos.
No ano passado, a China aprovou empréstimos no valor de 4,61 mil milhões de dólares para África, o primeiro aumento anual desde 2016.
Entretanto, Xi sublinhou que 210 mil milhões de yuans (29 mil milhões de dólares) do financiamento prometido serão desembolsados através de linhas de crédito e pelo menos 70 mil milhões de yuans (9,8 mil milhões de dólares) em novos investimentos de empresas chinesas, com montantes menores fornecidos através de ajuda militar e outros projectos.
O Fórum sobre a Cimeira de Cooperação China-África, que se realizou este ano na capital chinesa, definiu um programa de três anos para a China e todos os Estados africanos, à excepção de Essuatíni, que mantém laços com Taiwan.
Para além de 30 projectos de infra-estruturas de conectividade, o Presidente chinês acrescentou que “a China está pronta a lançar 30 projectos de energia limpa em África”, propondo-se cooperar no domínio da tecnologia nuclear e resolver o problema do défice de energia que tem atrasado os esforços de industrialização.
Mas o líder chinês não reiterou a sua promessa no fórum de 2021, em Dakar, de que o gigante asiático compraria 300 mil milhões de dólares em produtos africanos, comprometendo-se apenas a expandir unilateralmente o acesso ao mercado.
Os analistas afirmam que as regras fitossanitárias de Pequim para o acesso ao mercado são demasiado rigorosas, o que torna a China incapaz de cumprir essa promessa.
“Estamos prontos a ajudar no desenvolvimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana e a aprofundar a cooperação logística e financeira em benefício do desenvolvimento transregional em África”, acrescentou Xi.
Fonte: Club of Mozambique