O tema ‘transição energética’ é o assunto do momento em todo o mundo, pelo facto de se tratar de uma alternativa fundamental para a luta contra as alterações climáticas e por ser um conceito aplicado às mudanças estruturais nas matrizes energéticas a longo e curto prazo.
Neste sentido, a Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER) e o Centro de Democracia e Direitos Humanos (CDD) organizaram em Maputo um encontro denominado “Policy Dialogue sobre a Agenda de Transição Energética”.
Na ocasião, o membro do Conselho Consultivo da AMER, Joaquim Magalhães, explicou haver necessidade de se fazer uma transição justa, inclusiva, economicamente viável e ambientalmente responsável, de modo que se minimizem os impactos negativos e maximizem as oportunidades para todas as camadas sociais.
Magalhães afirmou ser essencial investir em programas de formação e requalificação profissional, integrando projectos de energias renováveis e criando um ambiente favorável ao investimento privado.
“Como AMER, estamos prontos para colaborar com todas as partes interessadas para garantir que esse plano se traduza em benefícios concretos para o País e para todos os Moçambicanos”, sublinhou.
O representante reiterou que a associação está disponível para trabalhar com o Governo e outras partes interessadas para atrair investidores, propondo a criação de mecanismos de garantia, incentivos fiscais e um quadro regulatório claro e estável.
Dados partilhados pelo Ministério de Energia e Recursos Minerais (MIREME) indicam que o plano para a transição energética de Moçambique está avaliado em 80 mil milhões de dólares. Neste sentido, a AMER sublinhou que a verba representa um potencial significativo para empresas que desejam investir no sector.
“Este cenário permite ao sector privado investir em projectos de energias renováveis, oferece um período de concessão adequado para garantir o retorno dos investimentos e cria um ambiente favorável onde o risco é mitigado e o retorno assegurado”, sustentou.
Joaquim Magalhães acrescentou ainda que a Estratégia de Transição Energética (ETE), apresentada oficialmente na COP28 e aprovada pela Resolução n.º 61/2023 de 29 de Dezembro, traça um caminho rumo a um sistema energético sustentável, moderno e acessível para todos os Moçambicanos.