O operador ferroviário estatal do Zimbabué abriu a sua rede a agentes privados, incluindo uma unidade da empresa sul-africana Grindrod (especializada na movimentação de mercadorias a grande escala), na tentativa de aumentar o volume de transporte de mercadorias, que entrou em colapso após décadas de subinvestimento, afirmou um funcionário.
As Ferrovias Nacionais do Zimbabué (NRZ, na sigla em inglês) transportaram 12 milhões de toneladas de carga por ano no seu auge nos anos 90, mas agora gerem menos de 3 milhões de toneladas devido à falta de locomotivas e à má manutenção das suas infra-estruturas ferroviárias.
O colapso também se seguiu a um declínio acentuado da produção agrícola e mineral, desencadeado pela violenta apreensão de explorações agrícolas detidas por brancos, promovida pelo antigo líder do país, Robert Mugabe, em 2000.
No entanto, a produção de minerais está a recuperar, principalmente devido à procura de crómio e lítio por parte da China.
Empresas chinesas estabeleceram, nos últimos anos, operações de minério de ferro, aço, crómio e lítio no Zimbabué, exportando os minerais para a China através dos portos de Moçambique, e os volumes crescentes de exportação de mercadorias excedem a capacidade actual da NRZ. O grupo estatal está agora a tentar restaurar a sua capacidade com a ajuda de empresas privadas.
“No ano passado, levantámos 2,8 milhões de toneladas contra uma capacidade disponível de 3 milhões de toneladas”, declarou o porta-voz da NRZ, Andrew Kunambura, em entrevista à Reuters na quarta-feira (4).
“A Grindrod reestruturou o seu negócio ferroviário para tirar partido das oportunidades do mercado emergente na região”, referiu o CEO Xolani Mbambo a analistas na semana passada.
A empresa acordou recentemente uma parceria com a companhia de caminhos-de-ferro do interior da República Democrática do Congo e diz estar pronta para se associar à Transnet da África do Sul, que também planeia abrir a sua rede a operadores privados.
Fonte: Reuters