O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) fez saber que há, em Moçambique, mais de dois milhões de pessoas a sofrerem de insegurança alimentar devido à seca, provocada pelo fenómeno climático ‘El Niño’.
Neste sentido, a entidade afirmou que o País precisa de 222 milhões de dólares para prestar assistência as vítimas, salientando que várias províncias já foram afectadas, elevando o índice de preocupação e o número de áreas que precisam de auxílio.
“As províncias de Inhambane, Gaza, Sofala e Tete apresentam casos alarmantes de seca; há nove distritos que estão completamente devastados e sentimos que o número de afectados pode aumentar”, explicou Luísa Meque, presidente do INGD.
A responsável avançou que, em alguns pontos, estão a ser implementadas iniciativas para combater a seca, destacando que há parceiros de cooperação a trabalhar “na linha de ajuda”.
Recentemente, o Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou que necessita de financiamentos de mais de 170 milhões de dólares para operacionalizar o plano de apoio às pessoas afectadas pela seca e insegurança alimentar em Moçambique, salientando que, até ao mês de Julho, dispunha apenas de 16 milhões de dólares.
A agência das Nações Unidas revelou que a verba vai servir para prestar assistência a mais de 300 mil pessoas, garantindo a provisão de alimentação escolar, actividades de nutrição para aumentar a imunidade das mulheres grávidas e meios de subsistência face à seca severa.
Dados divulgados pela entidade através de um relatório indicam que 1,8 milhão de pessoas necessita de ajuda em sete províncias moçambicanas, e que a percentagem da população em risco de insegurança alimentar subiu para 33%, devido à seca.
A instituição apontou no documento que os “preços acima da média, aliados ao fracasso da produção agrícola e oportunidades de renda limitadas, estão a corroer o poder de compra das famílias pobres e muito pobres, levando a défices de consumo e fome”.
“O fenómeno ‘El Niño’ provocou escassez de chuvas e temperaturas acima da média, levando a condições de seca no centro e sul de Moçambique no último ano. Prevê-se que 3,3 milhões de pessoas enfrentarão insegurança alimentar no período de Outubro de 2024 a Março de 2025”, apontou.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.