O novo Governo de coligação de dez partidos da África do Sul pretende aumentar as exportações agrícolas para a China, no âmbito de um esforço para estabelecer laços mais estreitos com a nação asiática, dinamizar a sua economia e fazer face a uma taxa de desemprego de 34%.
“Estamos a concentrar-nos em garantir que construímos relações fortes com a China e que, a nível técnico, os nossos produtos agrícolas são capazes de satisfazer os requisitos fitossanitários e de biossegurança daquele país”, referiu o ministro da Agricultura, John Steenhuisen, que faz parte de uma delegação sul-africana que participa no nono Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, numa entrevista à Bloomberg, esta quarta-feira (4).
A África do Sul já fornece grandes quantidades de citrinos e carne de vaca à China, e está a tentar expandir o cabaz de produtos que vende, afirmou.
No ano passado, a China ultrapassou a União Europeia enquanto maior parceiro comercial da África do Sul, com fluxos bidireccionais que totalizam 55,2 mil milhões de dólares e o saldo a favor de Pretória. As duas nações são ambas membros do bloco BRICS de nações em desenvolvimento, que também inclui o Brasil, a Rússia e a Índia, e o agrupamento procura desafiar o domínio ocidental da economia global.
“Estamos ansiosos por utilizar esta relação de uma forma estratégica para beneficiar a África do Sul”, afirmou o ministro. “Penso que estamos a ganhar muito mais com esta relação do que a perder.”
John Steenhuisen lidera a Aliança Democrática centrista, o segundo maior partido político da África do Sul, e juntou-se ao chamado Governo de unidade nacional do presidente Cyril Ramaphosa depois de as eleições de 29 de Maio não terem conseguido produzir um vencedor absoluto.
“O Governo de unidade nacional começou a funcionar”, apontou ele. “Está a correr incrivelmente bem”.
Fonte: BNN Bloomberg