A alta-comissária do Reino Unido em Maputo, Helen Lewis, afirmou nesta terça-feira (3) que o seu país disponibilizou aproximadamente 1,9 mil milhões de meticais (30 milhões de dólares) desde 2019 para apoio humanitário às vítimas de ataques armados em Cabo Delgado, tal como informou a Lusa.
“É importante ter uma abordagem abrangente para lidar com o problema de insegurança e terrorismo e, por isso, fornecemos ajuda humanitária às pessoas afectadas”, disse Helen Lewis, à margem de uma cerimónia de despedida de estudantes moçambicanos com bolsas de estudo para mestrados no Reino Unido.
Segundo a alta-comissária, os fundos foram alocados a diversos projectos em benefício das famílias mais vulneráveis, nas áreas de saneamento, abastecimento de água e fornecimento de abrigo na província de Cabo Delgado, que tem sido severamente afectada por um conflito armado que já provocou mais de um milhão de deslocados, de acordo com dados oficiais.
“Para as pessoas deslocadas, estas intervenções são cruciais”, sublinhou Helen Lewis, destacando a “parceria ampla e duradoura” entre o Reino Unido e Moçambique.
De acordo com a informação, a província de Cabo Delgado, rica em gás natural, enfrenta, desde Outubro de 2017, uma insurgência armada com ataques reivindicados por grupos associados ao Estado Islâmico. O último grande ataque ocorreu em 10 e 11 de Maio deste ano, na sede distrital de Macomia, onde cerca de uma centena de insurgentes saquearam a vila, resultando em várias mortes e intensos combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, apoiadas por militares ruandeses.
Desde o início de Agosto, diversas fontes no terreno, incluindo forças locais, têm relatado confrontos intensos nas matas do posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, envolvendo helicópteros, veículos blindados e homens fortemente armados, com relatos de tiroteios em áreas consideradas como esconderijos dos insurgentes.