O Governo da Indonésia manifestou esta segunda-feira, 2 de Setembro, o interesse de colaborar com Moçambique no sector energético mas com enfoque na produção de baterias para veículos eléctricos.
De acordo com uma publicação do jornal notícias, a iniciativa alinha-se com a visão do Governo moçambicano de promover a transição energética, a transformação local da matéria-prima, como o grafite, e a criação de novos empregos.
Falando durante um encontro bilateral Indonésia-Moçambique, no âmbito 2.º Fórum Indonésia-África, o ministro dos Assuntos Marítimos e Investimentos da Indonésia, Luhut Pandjaitan, fez saber que o seu país esta pronto para iniciar uma cooperação no sector energético com Moçambique.
“Queremos e estamos prontos a colaborar com Moçambique na transição para as energias renováveis, focando na inovação tecnológica e no desenvolvimento dos recursos humanos”, destacou Pandjaitan, tendo igualmente enfatizado a importância do envolvimento do sector privado e das empresas estatais na transferência de tecnologias, especialmente na indústria de baterias para veículos eléctricos.
Para formalizar essa cooperação, foi criado um grupo de trabalho encarregado de elaborar um memorando de entendimento nas áreas de mineração e energia.
Por seu turno, o ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Carlos Zacarias, que está a representar o chefe do Estado, Filipe Nyusi, no fórum, confirmou o interesse indonésio, afirmando que “há um grande interesse do país em trabalhar com empresas moçambicanas na produção de vários minérios e baterias”.
A Indonésia, que este ano inaugurou a sua primeira fábrica de baterias para veículos eléctricos e detém uma das maiores reservas de níquel do mundo, proibiu a exportação deste minério em 2020 para fomentar o desenvolvimento da indústria local.
Moçambique, por sua vez, é um dos maiores produtores mundiais de grafite, uma matéria-prima crucial para a indústria de baterias em mercados como a China e os Estados Unidos.
Em 2019, os dois países assinaram um acordo comercial preferencial, cujo objectivo era o fortalecimento das relações comerciais, redução tarifária e eliminação de barreiras técnicas ao comércio entre ambas as nações.