O peso da indústria sobre o Produto Interno Bruto (PIB) reduziu de 8,6% para 7,1%, entre 2017 e 2023 em Moçambique, contra uma média de 12% a nível da região da África Austral. Segundo o sector privado e as Nações Unidas, este desempenho demonstra os baixos níveis de industrialização e de robustez no sistema económico do País.
De acordo com o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, a queda da industrialização deve-se a diversos factores, tais como a debilidade de infra-estruturas, os altos custos de produção, elevada carga tributária e o baixo acesso ao financiamento.
“Há um quadro de ausência de iniciativas robustas que apostem na industrialização dos sectores primários, como a agro-pecuária e a indústria manufactureira”, esclareceu, citado pela Carta de Moçambique.
Para reverter o cenário, o sector privado propôs o lançamento de linhas de financiamento, maior transparência e competitividade na distribuição de oportunidades, acesso e partilha de informações de oportunidades de negócios e a identificação e desenvolvimento de capacidades das cadeias de produção.
Por sua vez, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) justificou que a redução dos níveis de industrialização está associada à deficiente facilitação de negócios na logística, no sistema de comunicações e na falta de alinhamento da formação.
O representante do organismo em Moçambique, Jaime Comiche, indicou que a produção industrial total, dividida por todos os cidadãos moçambicanos, é de apenas 45 dólares, contra os dois mil dólares recomendáveis.
“De acordo com os números, podemos dizer que ainda temos um longo caminho a percorrer, por isso, há que investir na incorporação da tecnologia de baixa complexidade e aumentar qualidade e quantidade de graduados em áreas-chave para o desenvolvimento”, sublinhou.