O Ministério da Economia e Finanças (MEF) fez saber que a Tabela Salarial Única (TSU), em vigor desde Julho de 2022, continuará a representar uma pressão sobre a despesa pública a médio prazo, salientando que o cenário pessimista prevê uma despesa adicional estimada em 31 mil milhões de meticais (480,9 milhões de dólares) em 2025.
“Este cenário é explicado pela sensibilidade da massa salarial ao crescimento mais lento do Produto Interno Bruto (PIB). As perspectivas de médio prazo para a massa salarial, em proporção do PIB, sugerem uma redução mais lenta no cenário pessimista (13,6% em média) em relação ao cenário base (12,3% em média), com tendência convergente em 2027”, explica a entidade por meio de um documento.
O Relatório de Riscos Fiscais 2025, consultado nesta segunda-feira, 2 de Setembro, pelo DE, refere que uma parcela significativa dos recursos gerados pela economia está a ser absorvida pelas despesas com salários e remunerações, um cenário que se agravou com o início da implementação da TSU, limitando a capacidade do Governo em investir em áreas prioritárias.
“A gestão da folha salarial tem sido uma grande preocupação para os gestores públicos, pelo que há necessidade de encontrar mecanismos para a sua sustentabilidade”, revela.
O FMI sublinhou, na altura, que os gastos excessivos com salários públicos são uma preocupação crescente, destacando que em 2022-23 houve um aumento considerável que pode repetir-se este ano. “A racionalização dos gastos com a massa salarial é crucial para manter a sustentabilidade fiscal”.
Texto: Cleusia Chirindza